Operação Planum

PF caça doleiros do tráfico de cocaína

A investigação apura desde junho de 2017 o envio de cocaína da Bolívia para o Rio Grande do Sul

Estadão Conteúdo
29/11/2018 às 09:35.
Atualizado em 05/04/2022 às 23:31

A Polícia Federal e a Receita Federal deflagram nesta quinta-feira, 29, a Operação Planum, que mira o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional realizados nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás. Cerca de 200 policiais federais cumprem mandados de prisão contra 21 pessoas, mandados de busca e apreensão em 40 endereços e ordens judiciais para sequestro e bloqueio de imóveis, fazendas, aeronaves, embarcações, veículos e contas bancárias, estimados em mais de R$ 25 milhões. A investigação apura desde junho de 2017 o envio de cocaína da Bolívia para o Rio Grande do Sul. Com o desenvolvimento do inquérito, a Polícia Federal identificou que aviões partiam de Mato Grosso do Sul para serem carregados com grande quantidade de cocaína (em média 500 quilos) na Bolívia e seguiam até o Rio Grande do Sul, onde pousavam em fazendas adquiridas pela organização criminosa. Posteriormente, a droga seguia por via rodoviária para outros Estados e permanecia em depósitos até ser despachada para a Europa através de portos brasileiros. Uma das apreensões ocorreu no terminal portuário de Navegantes (SC), em 6 de maio de 2016, quando 811 quilos da droga, escondidos em blocos de granito, foram localizados pela Receita Federal em contêineres que seriam despachados para a Espanha. Em outra apreensão, em 23 de junho deste ano, a Polícia Federal flagrou 448 quilos da droga escondidos em um bloco de concreto, em um caminhão que trafegava pelo município de Unistalda (RS). Até o momento, a PF identificou o volume de 2,2 toneladas de cocaína que foram enviadas ou que seriam despachadas do Brasil para a Europa pelo grupo criminoso. Em agosto, a Polícia Federal prendeu um dos narcotraficantes envolvidos no esquema. Análise de dados bancários e fiscais possibilitaram o rastreamento do fluxo financeiro do grupo criminoso, indicando a utilização de doleiros em São Paulo para o pagamento das transações do tráfico de drogas no exterior. A investigação aponta para um banco informal responsável pela lavagem de dinheiro oriundo de crimes além do tráfico de drogas, como contrabando. Segundo cálculos da PF, cerca de R$ 1,4 bilhão foram lavados pelos doleiros nos últimos três anos. A PF diz que já rastreou cerca de 90 empresas de fachada e 70 pessoas empregadas como "laranjas" do grupo para a operacionalização da lavagem de dinheiro e operações de câmbio ilegais. Os investigados na Operação Planum podem responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico internacional de drogas, associação para o tráfico de drogas, operação de instituição financeira sem a devida autorização, operação de câmbio não autorizada e lavagem de dinheiro.

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