INTERNACIONAL

Partido social-democrata alemão aprova aliança com Merkel

Os membros do partido social-democrata alemão aprovaram por ampla maioria uma aliança com Angela Merkel, que poderá finalmente formar seu governo mais de cinco meses após as legislativas que a enfraqueceram

AFP
04/03/2018 às 08:20.
Atualizado em 22/04/2022 às 05:26

Os membros do partido social-democrata alemão aprovaram por ampla maioria uma aliança com Angela Merkel, que poderá finalmente formar seu governo mais de cinco meses após as legislativas que a enfraqueceram.A chanceler comemorou, neste domingo (4), o resultado da votação interna do SPD. "Estou satisfeita com o prosseguimento da nossa colaboração pelo bem do nosso país", reagiu em um tuíte postado pelo seu partido conservador.Este quarto mandato de chanceler, e provavelmente o último de acordo com os observadores, anuncia-se muito mais delicado do que os anteriores.A coalizão entre social-democratas e conservadores mantém apenas uma pequena maioria no Bundestag (53,5%), após as eleições gerais de 24 de setembro, marcadas por um avanço histórico da extrema direita (AfD) e uma erosão dos partidos tradicionais, incluindo a CDU/CSU de Merkel.É neste contexto e depois de semanas de procrastinação que os militantes do SPD aprovaram a renovação da grande coalizão em fim de mandato - GroKo em alemão - por 66,02% dos votos, em um referendo interno que contou com a participação de 78,4% dos 463 mil membros do SPD, de acordo com os resultados oficiais anunciados esta manhã.- Razão -"Agora as coisas estão claras: o SPD participará no próximo governo", declarou seu chefe interino, Olaf Scholz, à imprensa. Mas, ilustrando as hesitações em suas fileiras, ele chamou o resultado de "um ato de razão".A liderança do partido havia negociado um acordo com a chanceler em fevereiro, e os membros do partido mais antigo da Alemanha tiveram que aprová-lo em um ambiente de profundas divisões internas."Eu informei o presidente (Frank-Walter Steinmeier) e a chanceler deste resultado", disse Scholz.Merkel, que governa a Alemanha há 12 anos, deverá ser oficialmente eleita presidente dos deputados em meados de março, provavelmente no dia 14.Mas em um sinal de desconfiança recíproca entre SPD e CDU/CSU, os social-democratas negociaram uma cláusula de saída de sua aliança após dois anos.A chanceler de 63 anos nunca foi tão criticada dentro de seu partido, que ela lidera há cerca de duas décadas.Especialmente desde que cedeu ao SPD o ministério das Finanças, pasta tradicional dos conservadores, muito apegados à austeridade fiscal, durante as negociações sobre o contrato governamental.Vários líderes do Partido Democrata Cristão questionaram abertamente a linha centrista defendida por Angela Merkel e sua política de migração de longo prazo que viu a chegada desde 2015 de mais de um milhão de requerentes de asilo.Essas posições alimentaram, de acordo com eles, o avanço da extrema direita, e passaram a exigir uma curva à direita.Neste contexto, ela impôs uma pessoa próxima - e potencial sucessora à Chancelaria -, Annegret Kramp-Karrenbauer, como secretária-geral da CDU com a missão de centrar as fileiras.E convocou para o ministério da Saúde seu principal detrator, o jovem e ambicioso Jens Spahn, afim de neutralizar sua influência, pelo menos por enquanto.- Alívio -Apesar de tudo, o advento de um executivo estável na Alemanha é susceptível de aliviar a situação não só o país, mas também na Europa, abalada pela crise do Brexit e pelo avanço dos nacionalismos.Em seu contrato governamental, os dois parceiros colocaram a reforma da União Europeia no cerne das suas prioridades.O SPD, caindo nas pesquisas devido a brigas internas, teria preferido passar à oposição após uma pontuação historicamente baixa nas eleições (20,5%).Mas o fracasso das negociações governamentais entre conservadores, ambientalistas e liberais em novembro mudou o cenário.A decisão de participar deste novo governo "não foi fácil", reconheceu Olaf Scholz neste domingo.Para os jovens socialistas, que lideraram uma campanha ativa contra o "Groko", o resultado é "uma decepção", reagiu seu líder Kevin Kühnert em um tuíte, prometendo contribuir para a renovação do partido.As recentes pesquisas que apontam que o partido está lado a lado com a extrema direita fizeram parecer um novo "Groko" um mal menor para a maioria dos membros do partido.Especialmente depois que o SPD e seu ex-líder deposto Martin Schulz negociaram, de acordo com a opinião geral, bem sua agenda, obtendo várias concessões e conseguindo chegar a seis ministérios.ilp/alf/cls/mr

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