IGREJA CATÓLICA

Papa Francisco preside Via Crucis dedicada a temas sociais

Católicos foram chamados a rezar e trabalhar pela abolição da pena de morte, contra a pedofilia e a perseguição religiosa, em cerimônia realizada no Coliseu, em Roma

France Press
03/04/2015 às 19:01.
Atualizado em 23/04/2022 às 17:30
O papa Francisco, de 78 anos, presidiu a cerimônia da Via Sacra sem carregar a cruz. Permaneceu sentado, muito recolhido, sob uma grande tenda vermelha (France Press)

O papa Francisco, de 78 anos, presidiu a cerimônia da Via Sacra sem carregar a cruz. Permaneceu sentado, muito recolhido, sob uma grande tenda vermelha (France Press)

Os católicos foram chamados nesta sexta-feira (3) à noite a rezar e trabalhar pela abolição total da pena de morte, contra a "profanação bárbara" de crianças vítimas de pedofilia e a perseguição religiosa, durante a Via Sacra no Coliseu, presidida pelo papa Francisco."Nós te olhamos, Jesus, pregado na cruz. E questões urgentes surgem: Quando será abolida a pena de morte, ainda praticada em muitos Estados? Quando será suprimida toda forma de tortura e repressão violenta de pessoas inocentes?", foram uma das questões levantadas pelo texto da "Via Crucis".Reunidos em torno do enorme anfiteatro Flavien, dezenas de milhares de fiéis, muitos dos quais carregando uma vela, acompanharam a cerimônia em um silêncio contemplativo.O papa Francisco, de 78 anos, presidiu a cerimônia sem carregar a cruz. Permaneceu sentado, muito recolhido, sob uma grande tenda vermelha.O percurso da "Via Crucis" revive o calvário de Jesus desde a sua condenação até a sua crucificação, morte e sepultamento.Uma das meditações das 14 estações evocou as "crianças e adolescentes privadas de si mesmos, feridas em sua privacidade, barbaramente profanadas" pelo flagelo da pedofilia.Também se referiu "às crianças-soldados e ao trabalho que se torna escravidão" e, mais amplamente, "ao tráfico de seres humanos".O Caminho da Cruz também fez referência à perseguição religiosa por parte dos Estados e grupos armados, incluindo jihadistas, um dia após o ataque dos islamitas shebab contra uma universidade queniana que fez 147 mortos, em sua maioria cristãos: "Senhor Jesus, apoie internamente os perseguidos. Que o direito fundamental à liberdade religiosa se espalhe"."Homens e mulheres são presos, condenados ou até mesmo mortos apenas porque creem ou estão comprometidos com a justiça e a paz. Eles não têm vergonha da Cruz. Eles são exemplos maravilhosos", afirmava uma das meditações, citando o exemplo do "mártir" paquistanês católico, o ex-ministro para as Minorias Shahbaz Bahtti, assassinado em 2 de março de 2011."O importante papel das mulheres nos Evangelhos e o gênio feminino" também foram citados, bem como as divisões nas famílias: "Tantas tragédias familiares! Envolvendo mães, pais, filhos, avós."Por fim, a Via Sacra fez alusão ao próximo sínodo, a assembleia dos bispos no mês de outubro, que terá como tema a família, pedindo aos participantes para que sejam "dóceis ao Espírito Santo" e que "consigam um autêntico discernimento ".Duas freiras iraquianas, dois franciscanos da Terra Santa, dois sírios, dois nigerianos, dois egípcios e dois chineses carregaram a cruz durante uma das 14 estações.A pedido do Papa, a meditação, simples e comovente, foi escrita por um bispo italiano, Renato Corti, que se inspirou no espírito de Jesus para tentar expressar o que sentia.

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