Para Francisco, as duas teorias não contradizem a existência de um Criador; especialistas acreditam que fala coloca fim às pseudoteorias creacionistas e de design inteligente, encorajadas pelo seu antecessor
O Papa argentino apelou à comunidade internacional "para não ficar passiva à imensa tragédia humanitária na Síria e no Iraque", e dos "muitos refugiados" (AFP PHOTO / FILIPPO MONTEFORTE )
O papa Francisco declarou, durante discurso na Pontifícia Academia de Ciências, que as teorias da evolução e do Big Bang são reais e que Deus não é "um mágico com uma varinha mágica". A sua fala, acreditam especialistas, coloca fim às pseudoteorias creacionistas e de design inteligente, encorajadas pelo seu antecessor, Bento XVI. Segundo Francisco, as duas teorias não são incompatíveis com a existência de um Criador. "Quando lemos sobre a Criação no Gênesis, incorremos no risco de imaginar que Deus é um mágico, com uma varinha mágica capaz de fazer tudo, mas não é assim", disse. O religioso disse que o Big Bang (teoria que explica o surgimento do Universo) não contradiz a intervenção de um criador divino. Ainda segundo o seu discurso, a evolução na natureza não é inconsistente com a noção da criação. A Igreja Católica tem uma longa reputação de negar alguns fatos científicos, conceito que começou quando Galileu enfrentou a inquisição e foi obrigado a se retratar de sua teoria de que era a Terra que girava ao redor do Sol. Os comentários de Francisco vêm de encontro ao trabalho progressista iniciado pelo papa Pius XII, que abriu as portas da igreja para a ideia da evolução e do Big Bang. Em 1996, João Paulo II foi mais longe e sugeriu evolução era "mais do que uma hipótese" e "fato efetivamente comprovada". No entanto, Bento XVI e seus seguidores endossaram a ideia de que o design inteligente dá supoerte à evolução e que a seleção natural não é suficiente para explicar a complexidade do mundo. Com informações do jornal The Independent