INTERNACIONAL

Papa alerta contra a imigração de jovens na Bulgária

O papa Francisco expressou sua preocupação neste domingo sobre o despovoamento da Bulgária e pediu que o país aja para erradicar a emigração maciça de sua juventude e combater o "inverno demográfico" pelo qual está passando

AFP
05/05/2019 às 09:40.
Atualizado em 03/04/2022 às 22:51

O papa Francisco expressou sua preocupação neste domingo sobre o despovoamento da Bulgária e pediu que o país aja para erradicar a emigração maciça de sua juventude e combater o "inverno demográfico" pelo qual está passando.Francisco iniciou neste domingo sua quarta viagem do ano, uma visita à Bulgária e Macedônia, para confirmar sua vontade de diálogo com os ortodoxos e mostrar sua proximidade da minoria católica.Após sua chegada a Sofia, o pontífice fez um discurso ante as autoridades civis e políticas búlgaras. "A Bulgária deve enfrentar as conseqüências da emigração, que ocorre nas últimas décadas, em que mais de dois milhões de cidadãos saíram em busca de novas oportunidades de emprego", disse Francisco, descrevendo "o despovoamento e o abandono de tantas cidades". Segundo as Nações Unidas, a Bulgária é o país em que cresce no mundo, devido à emigração, as baixas taxas de natalidade e a mortalidade acima da média europeia, um fenômeno que afeta muitos países dos Bálcãs e da Europa Central. A população búlgara, agora com sete milhões de habitantes, em comparação com nove milhões após a queda do comunismo, poderia chegar a 5,4 milhões em 2050.Para lutar contra a diminuição da taxa de natalidade, descrita como "inverno demográfico", o papa pediu mais esforços para criar "condições favoráveis para os jovens investirem suas novas energias e planejarem seu futuro pessoal e familiar", em seu " pátria ".- "Não fechem os olhos" -Um defensor incansável dos refugiados, o pontífice argentino depois abordou a questão dos que fugem "da guerra e do conflito ou da miséria", uma questão muito sensível na Bulgária. E, em referência à tragédia da emigração no país, Francisco pediu aos búlgaros para "não fechar os olhos, nem o coração, nem a mão para quem bate à sua porta".Este país fronteiriço com a Turquia, o mais pobre da União Europeia, viu um número significativo de migrantes passar durante a crise migratória de 2015 e 2016.O programa do papa inclui uma visita, na segunda-feira, a um centro de recepção nos arredores de Sofia para cumprimentar os refugiados.O partido conservador do primeiro-ministro Boiko Borisov governa desde 2017 com formações nacionalistas, cujos representantes "recorrem ao discurso de ódio e comportamento agressivo contra os grupos mais vulneráveis da sociedade para aproveitar os medos da população", lamenta o primeiro relatório da filial búlgara da ONG Comitê de Helsinque."É fácil construir muros, mas é difícil construir pontes", disse ao papa o chefe de Estado búlgaro Roumen Radev, próximo aos socialistas, dizendo que "a sociedade búlgara não tolera racismo ou xenofobia". O Papa rezou na catedral ortodoxa de Alexandre Nevsky, principal monumento de Sofia, diante do trono dos Santos Cirilo e Metódio, dois irmãos venerados por haverem evangelizado os eslavos no século IX.Os líderes da Igreja Ortodoxa rejeitaram unanimemente qualquer serviço religioso ou oração junto com o líder de 1,3 bilhão de católicos. Isolada e ligada a Moscou, a Igreja búlgara é a única no mundo ortodoxo que boicota uma comissão de diálogo interreligioso com o Vaticano. A Igreja búlgara afirmou que ofereceria total hospitalidade a Francisco, mas que suas normas proíbem qualquer tipo de cerimônia ecumênica. A instituição tampouco participa na comissão oficial de diálogo teológico com os católicos romanos. Uma atitude que alguns crentes búlgaros reprovam."Eu sou um cristão ortodoxo, mas admiro a abertura e a sensibilidade do papa, por que manter os dogmas da Idade Média? Há apenas um Deus", declarou Dora Kraytcheva, 48 anos. Oitenta e dois por cento dos búlgaros se declaram ortodoxos, 12% muçulmanos e 0,6% católicos, ou seja, 44 mil pessoas dos sete milhões de habitantes.Na próxima etapa de sua viagem, na Macedônia do Norte, ex-república iugoslava, com 2,1 milhões de habitantes e 20.000 católicos, o pontífice visitará apenas a capital, Skopje, cidade natal da madre Teresa de Calcutá, canonizada em setembro de 2016.Além de visitar "as periferias" do mundo católico, o papa deseja criar pontes com a Igreja ortodoxa, uma das prioridades de seu pontificado.cm-vs/smk/am/sgf/es/al/cn

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