segunda onda

Pandemia volta a mobilizar Europa

Vírus faz estragos em países como Espanha, Alemanha e Portugal e impõe regras de contenção

France Press
11/10/2020 às 13:53.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:03
Em Berlim, na Alemanha, desde ontem bares e restaurantes devem fechar entre 23h e 6h, para tentar conter a propagação do coronavírus (John MacDougall/France Press)

Em Berlim, na Alemanha, desde ontem bares e restaurantes devem fechar entre 23h e 6h, para tentar conter a propagação do coronavírus (John MacDougall/France Press)

Em todo o mundo, a pandemia causou pelo menos um milhão de mortes e mais de 37,2 milhões de infecções desde dezembro, de acordo com números da AFP. Na última semana, a situação piorou notavelmente na Europa, que registrou um aumento de 28% no número de infecções. No total, o continente já ultrapassa 6,2 milhões de casos e 240 mil mortes. O vírus faz estragos em países como a Espanha, onde o governo decretou estado de alarme em Madri para conter as infecções, após dias de profundas desavenças entre as autoridades nacionais (esquerda) e o executivo regional, conservador. Assim, durante pelo menos 14 dias, os 4,5 milhões de habitantes de Madri e de alguns municípios vizinhos devem respeitar um confinamento parcial ou perimetral. Ou seja, podem passear, fazer compras ou comer em restaurantes, mas dentro da área delimitada, da qual só podem sair por motivos essenciais, como ir ao trabalho ou ao médico. Em Berlim, bares e restaurantes devem permanecer fechados desde ontem entre 23h e 6h, para impedir a propagação da pandemia. Na capital alemã, foram registrados mais de 50 novos casos para cada 100 mil habitantes, o que a torna uma "zona de risco". A título de comparação, Madri ultrapassa atualmente 560 infecções por 100.000 habitantes. No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson provavelmente anunciará novas restrições na segunda-feira em "certas regiões". Em Bruxelas, a UE concordou em coordenar suas restrições às viagens dentro do bloco usando um método comum, com a esperança de unificar as medidas adotadas por cada país Portugal registrou ontem 1.646 novos casos de Covid-19, o recorde de infecções diárias no território português desde o início da pandemia. A maior parte dos novos surtos foi detectada na região Norte, seguida por Lisboa e Vale do Tejo. Entre os surtos que mais preocupam as autoridades, além dos registrados em asilos, estão os que começaram a atingir as universidades, como em Aveiro, onde pelo menos 26 alunos testaram positivo, e no Porto, com 79 jovens infectados, em sua maioria fora da sala de aula. Na última sexta-feira, o mundo registrou 350.766 casos de Covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelecendo um novo recorde de casos diários desde o início da pandemia. A marca anterior foi registrada um dia antes, na quinta-feira. América Latina América Latina e Caribe ultrapassaram ontem os 10 milhões de casos de coronavírus e o Brasil atingiu ontem 150.000 mortes pela Covid-19. De acordo com contagem feita pela AFP feita a partir de fontes oficiais, 10.001.833 infecções foram registradas na América Latina e no Caribe, 366.637 das quais resultaram em mortes. Mais da metade das infecções ocorre no Brasil, que é seguido pela Colômbia, Argentina e Peru. Apesar desses números, o governo peruano abrirá sete sítios arqueológicos na região andina de Cusco a partir de 15 de outubro, após um período de sete meses de fechamento, e em novembro deverá reabrir a cidadela inca de Machu Picchu, joia do turismo peruano. Na Argentina foi anunciada a extensão do isolamento até 25 de outubro, em um dia com recorde de 515 mortes e 15.009 infecções. Em Buenos Aires, por outro lado, há uma "diminuição lenta e sustentada dos casos" e o prefeito, Horacio Rodríguez Larreta, anunciou uma flexibilização do confinamento. Ortodoxos rejeitam restrições Parte da comunidade judaica ortodoxa está determinada a desafiar o limite de 10 pessoas por sinagoga imposto pelo governador do estado de Nova York, nos EUA. No bairro de Borough Park, no Brooklyn, grupos se rebelam contra as restrições destinadas a conter um novo surto de Covid-19. Além do máximo de 10 pessoas por sinagoga e outros locais de culto, o fechamento de comércios não essenciais também está previsto. Mas alguns membros da comunidade judaica ortodoxa, incluindo muitos apoiadores do presidente republicano Donald Trump, estavam dispostos a não obedecer as restrições. O governador "não entende que toda a nossa vida é feita de oração e estudo da Bíblia. Fazemos o que temos que fazer", disse um deles à AFP, dando apenas o primeiro nome, Moisés. Abraham, de 50 anos, também rejeita as medidas impostas. "O que vai fazer? Trazer sua polícia e fechar todas as sinagogas do bairro? São cerca de 500", disse. Máscaras foram queimadas na rua e um jornalista foi espancado por manifestantes que gritavam "vidas judias importam", ecoando o movimento antirracista "vidas negras importam".

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