INTERNACIONAL

Países ocidentais buscam saída para resíduos plásticos após rejeição da Ásia

A negativa da China e dos países do sudeste asiático de continuar recuperando e tratando resíduos plásticos de países estrangeiros está desequilibrando o circuito mundial de reciclagem e obriga os países ocidentais a buscarem outras soluções

AFP
03/06/2019 às 17:40.
Atualizado em 31/03/2022 às 00:49

A negativa da China e dos países do sudeste asiático de continuar recuperando e tratando resíduos plásticos de países estrangeiros está desequilibrando o circuito mundial de reciclagem e obriga os países ocidentais a buscarem outras soluções."O problema é que as quantidades [de resíduos] afetadas são muito significativas", explica à AFP Arnaud Brunet, diretor-geral do Escritório Internacional de Reciclagem (BIR), com sede em Bruxelas.Há um "congestionamento das capacidades técnicas", aponta o especialista, sobretudo porque os países asiáticos que substituíram a China quando esta fechou suas portas aos plásticos "se viram sobrecarregados". Os países europeus reciclam alguns resíduos plásticos considerados rentáveis, como as garrafas PET transparentes.No entanto, exportam a outros países os resíduos em mau estado, de pouco valor ou difíceis de reciclar, aponta um informe da ONG Aliança Global de Alternativas à Incineração (GAIA).A Malásia, que autoriza a importação de resíduos plásticos limpos e homogêneos, decidiu que a partir de agora devolverá centenas de toneladas de plástico contaminado a seus países de origem."As medidas que o governo malásio tomou ressaltam a importância da reciclagem responsável, da utilização de protocolos e da gestão prévia do processo", diz à AFP Adina Renee Adler, do ISRI, a associação que reúne as companhias do setor de reciclagem.Assim como a China e a Malásia, a Tailândia também tomou medidas para restringir as importações de resíduos plásticos, que tiveram como consequência seu desvio para outros países menos rigorosos neste tema, como Indonésia e Turquia, segundo o informe da GAIA."Infelizmente, alguns países se tornam de repente os novos lixões do mundo. Os países mais pobres absorverão os resíduos que lhes geram rendimento, mas sofrerão um custo ambiental e social", afirma à AFP Vincent Aurez, especialista em economia circular da consultora EY.- Materiais problemáticos -Ante o fechamento dos países asiáticos, os ocidentais não têm por enquanto outras soluções além de administrar eles próprios os resíduos considerados mais caros. Além disso, a falta de saídas para o material reciclado (que até agora se integrava ao sistema de produção chinês) poderia levar as companhias ocidentais de reciclagem a incinerarem mais plástico ou a levá-lo ao lixão.A longo prazo a solução é "investir em pesquisa e desenvolvimento para alcançar processos de seleção de resíduos mais eficazes para ganhar em qualidade e atingir níveis aceitáveis para alguns países", aponta Brunet, do BIR."No entanto, os produtores também têm que fazer esforços para produzir pensando na reciclagem", indica. Apesar das restrições, a indústria do plástico é próspera. A produção mundial de plástico passou de 245 milhões de toneladas em 2007 a 348 milhões em 2017, segundo as últimas cifras publicadas pela federação europeia PlasticsEurope. Para simplificar a gestão dos resíduos há soluções, como pensar na reciclagem a partir da concepção do produto ou utilizar materiais reciclados na fabricação.As taxas de reciclagem de plástico são muito díspares e vão de 31% na Europa até 10% nos Estados Unidos, embora se espere que a pesquisa contribua para melhorá-las.Muitos ativistas ambientais garantem, no entanto, que não há outra solução além de reduzir o consumo."Inclusive se conseguirmos novos sistemas [de reciclagem], alguns materiais sempre serão problemáticos, será necessário parar de produzi-los e de utilizá-los", diz à AFP Laura Chatel, responsável da campanha da associação ambiental Zero Waste France. Trata-se em particular de alguns tipos de papel de plástico e de materiais compostos."Principalmente será necessário trabalhar para reduzir as embalagens, o que implica distribuir os bens de forma distinta", por exemplo a granel, segundo Chatel.vac/jmi/aue/mcj/pc/mb/db/ll

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