Uma intensa operação realizada na Venezuela para capturar o ex-policial Óscar Pérez, que em 2017 atacou prédios governamentais, deixou vários mortos nesta segunda-feira, entre eles dois policiais, e cinco presos
Uma intensa operação realizada na Venezuela para capturar o ex-policial Óscar Pérez, que em 2017 atacou prédios governamentais, deixou vários mortos nesta segunda-feira, entre eles dois policiais, e cinco presos."Os integrantes desta célula terrorista, que fizeram resistência armada, foram abatidos e outros cinco criminosos foram presos e detidos", anunciou um comunicado do Ministério de Interior e Justiça, sem indicar se Pérez está entre os mortos e presos.Pérez, piloto e ator amador de 36 anos, passou a madrugada encurralado com seus homens em uma casa em El Junquito, a 25 quilômetros a noroeste de Caracas. Em vídeos publicados na sua conta no Instagram ele acusa autoridades de querem matá-lo, apesar de estar disposto a se entregar.De acordo com a nota oficial, Pérez e seus homens "estavam fortemente equipados com armamento de alto calibre, abriram fogo contra os funcionários encarregados de sua captura".O Ministério de Interior acrescentou que os homens "tentaram detonar um veículo carregado de explosivos". "Os policiais foram atacados quando estavam negociando as condições para sua entrega e resguardo", destacou. Em 27 de junho, Pérez e outros homens não identificados sobrevoaram Caracas em um helicóptero da Polícia Forense, lançaram granadas contra o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e dispararam contra o Ministério do Interior, sem deixar vítimas.A ação ocorreu em meio à onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro que deixou 125 mortos entre abril e julho de 2017.- "Morreremos de pé" -Jornalistas da AFP tentaram chegar ao local, cujo acesso foi bloqueado pelas autoridades, viram passar um tanque do Exército, grupos de comandos especiais e ambulâncias."Estão disparando contra nós com lança-granadas e atiradores de elite. Dissemos que íamos nos entregar e não querem deixar que nos entreguemos, querem nos matar", disse Pérez em um vídeo em que aparece com o rosto ensanguentado e na companhia de outros homens armados.A ministra de Assuntos Penitenciários, Iris Varela, manifestou em sua conta do Twitter: "Que covarde, agora que está preso como um rato!". "Onde está a coragem que teve para atacar unidades militares, matar e ferir oficiais, e roubar armas?", lançou.Em dezembro, atribuíram a ele a autoria da "Operação Gênesis", que acabou na invasão a uma base militar em Laguneta de La Montaña, povoado do estado de Miranda (norte), onde foram roubados 26 fuzis Kalashnikov e três pistolas.Maduro acusou os Estados Unidos de estarem por trás do ataque e pediu à Força Armada "tolerância zero com os grupos terroristas" e para afastá-los com "chumbo".- 'Saiam às ruas' -O piloto, que desde então publicou vários vídeos nos quais diz lutar contra a "narcoditadura" e "tirania" na Venezuela, é acusado de "ataque terrorista" pelo governo e tem uma ordem de captura na Interpol."Quero pedir à Venezuela para que não desfaleçam, lutem, saiam às ruas. É hora de sermos livres e só vocês têm o poder agora", afirmou em postagem.O ex-policial enviou uma mensagem aos seus três filhos em que diz que suas ações contra o governo foram tomadas por eles e pelas crianças da Venezuela que estão sofrendo com a severa crise econômica, política e social.Antes de seu ataque, Pérez já era conhecido pelos venezuelanos, pois estrelou o filme 'Morte Suspensa' em 2015, um longa de ação baseado no famoso sequestro de um comerciante português em Caracas em 2012.