Segundo a Anistia Internacional, o grupo extremista sequestrou pelo menos 2.000 mulheres e meninas na Nigéria desde o início do ano passado
Mulheres e crianças mantidas em cativeiro pelo Boko Haram (France Press)
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos pediu nesta quarta-feira (1) para a Nigéria, onde o aborto é autorizado apenas se a mãe corre risco de morte, que permita o aborto das mulheres estupradas pelo Boko Haram. Segundo a Anistia Internacional, o Boko Haram sequestrou pelo menos 2.000 mulheres e meninas na Nigéria desde o início do ano passado, incluindo as 276 adolescentes raptadas em sua escola em Chibok, em 14 de abril de 2014."Durante seu cativeiro, de meses ou mesmo anos, as mulheres e meninas se tornam escravas sexuais, são violadas e obrigadas a se 'casar'", indicou o alto comissário, Ra'ad Zeid Al Hussein, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU. Grávidas"Muitas sobreviventes (...) estão agora grávidas (...) e várias desejam interromper esta gravidez indesejada", disse ele. Impedi-las de abortar só aumenta seu sofrimento, segundo Zeid.A comissário apelou a Nigéria a adotar uma interpretação mais ampla da lei do aborto "para incluir o risco de suicídio e o risco associado à saúde mental de mulheres e meninas" vítimas dessas violações.Crimes de guerraA insurgência islâmica do Boko Haram e sua repressão pelas forças armadas deixaram mais de 15.000 mortes desde 2009. Zeid denunciou as muitas atrocidades cometidas pelo Boko Haram contra a população civil na Nigéria, Camarões, Chade e Níger, e pediu que os autores desta violência sejam levados à justiça.O comissário também acusou o oficiais do exército nigeriano envolvidos na luta contra o Boko Haram de crimes de guerra.