José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da ONG Human Rights Watch (HRW), advertiu nesta quinta-feira sobre uma aliança entre narcotraficantes mexicanos e guerrilheiros dissidentes colombianos para enviar cocaína aos Estados Unidos através da disputada rota do Pacífico
José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da ONG Human Rights Watch (HRW), advertiu nesta quinta-feira sobre uma aliança entre narcotraficantes mexicanos e guerrilheiros dissidentes colombianos para enviar cocaína aos Estados Unidos através da disputada rota do Pacífico."Há presença em Tumaco de cidadãos mexicanos vinculados a negócios ilegais e que operam em atividades de narcotráfico na região com grupos irregulares que estão atuando no município, fundamentalmente dissidências das Farc", declarou Vivanco à imprensa em Bogotá. Sem revelar detalhes, o porta-voz da HRW no continente acrescentou que trata-se de um "fenômeno recente" que envolve "poderosos cartéis mexicanos". Principal rota de tráfico de cocaína para os Estados Unidos, nesta região da fronteira com o Equador ocorre uma forte disputa pelo negócio das drogas entre rebeldes do ELN, narcotraficantes e dissidentes das Farc, a antiga guerrilha comunista que no ano passado se desarmou e se transformou em partido político.Em seu relatório, a ONG destaca que os "índices de homicídio" na região "são os mais elevados no país em termos absolutos" e que em 2017 "as cifras de homicídio" em Tumaco "foram quatro vezes superiores à média nacional" e este ano a taxa cresceu 50%. A ONG aponta a expansão dos plantios de coca, o descumprimento dos acordos para a desmobilização dos combatentes das Farc e a impunidade judicial como algumas das razões pelas quais o município está mergulhado nesta espiral de violência.