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Obama visita o Quênia em meio a rígida segurança

O presidente dos Estados Unidos visita pela primeira vez como mandtário o país de origem de seu pai

France Press
24/07/2015 às 10:42.
Atualizado em 28/04/2022 às 17:24
Obama já deixou os EUA com destino ao Quênia (Saul Loeb/France Press)

Obama já deixou os EUA com destino ao Quênia (Saul Loeb/France Press)

O presidente Barack Obama chega na noite desta sexta-feira (24) ao Quênia, país de seus antepassados, em meio a rígidas medidas de segurança por temor dos shebab, os jihadistas somalis afiliados à Al-Qaeda. Obama, que deixou os Estados Unidos no início da madrugada desta sexta a bordo do Air Force One, visita pela primeira vez como presidente o país de origem de seu pai."A África é um lugar com um dinamismo incrível, onde se encontram alguns dos mercados que mais crescem no mundo, gente extraordinária, de uma resiliência extraordinária", declarou Obama, antes de iniciar sua viagem. O presidente fará uma histórica viagem também com uma passagem pela capital da Etiópia e uma visita à sede da União Africana (UA). RoteiroDe Nairóbi, Obama segue para o Vale do Rift, ao norte, até a capital etíope Adis Abeba. Será o primeiro presidente americano da História a visitar a cidade, assim como a conhecer a UA. Desde que assumiu o cargo, Obama já foi quatro vezes à África, mas nunca ao Quênia oficialmente. Ele conheceu o país antes de chegar à Casa Branca.O pai de Barack Obama nasceu no oeste do Quênia, em uma cidade perto da linha do Equador e do lago Vitória. Economista, abandonou a família quando o filho tinha apenas dois anos e faleceu em um acidente de carro em Nairóbi, em 1982, aos 46. Os dois presidentes devem tratar de comércio e de segurança, mas a conversa pode, eventualmente, derivar para um tom mais pessoal.EconomistaO pai de Obama foi economista do governo do pai de Uhuru Kenyatta, Jomo, que presidiu o país por 14 anos, da independência do Quênia até sua morte, em 1978.Como os dois não se entendiam, o pai de Kenyatta destituiu Barack Obama (pai), relegando-o a um ostracismo que teria contribuído para seu alcoolismo.O "retorno ao país", por parte de Obama, foi durante muito tempo adiado pela acusação contra o presidente Uhuru Kenyatta, pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade. Denúncia A denúncia diz respeito ao seu suposto envolvimento nos violentos atos pós-eleitorais entre o final de 2007 e o início de 2008. O caso foi abandonado em dezembro de 2014. Em Nairóbi, Barack Obama participará de uma cúpula mundial sobre o espírito empreendedor. Lançada em 2010, a iniciativa reunirá milhares de empresários.Em Adis Abeba, ele tratará do déficit democrático africano, em encontro com os líderes do continente que integram a União Africana. Mais de 50 ONGs africanas e internacionais, como a Human Rights Watch e a Freedom House, escreveram ao presidente para lhe pedir que não deixe o assunto passar em branco.BlindagemAs autoridades americanas e quenianas reforçaram a segurança em Nairóbi, um país traumatizado pelos massacres dos shebab. "O presidente americano é um alvo de muita importância, então um atentado, ou inclusive uma tentativa, permitiria aos shebab ocupar o centro do palco", alerta Richard Tutah, especialista em segurança que vive em Nairóbi.Centenas de agentes do Serviço Secreto, a agência encarregada da segurança de Obama, chegaram ao Quênia nas últimas semanas e, segundo a imprensa local, inspecionaram três hotéis da capital, o Sankara, o Villa Rosa Kempinski e o Intercontinental. SobrevooNesta semana, um Osprey - uma aeronave projetada como um cruzamento entre um helicóptero e um avião -, que costuma estar estacionada na base militar americana no Djibuti, sobrevoou Nairóbi junto a um helicóptero branco com o selo do presidente dos Estados Unidos."O nível de segurança é asfixiante", conta o analista Abdulahi Halaje, especialista em temas de segurança na região.

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