DIÁLOGO

Obama convoca a líderes republicanos e democratas

O encontro com o presidente americano está previsto para as 21h30, 18h30 no horário de Brasília

France Press
02/10/2013 às 13:06.
Atualizado em 25/04/2022 às 01:13
Cidadão faz protesto nos Estados Unidos contra a paralisação dos serviços públicos (France Press)

Cidadão faz protesto nos Estados Unidos contra a paralisação dos serviços públicos (France Press)

O presidente Barack Obama convocou os líderes republicanos e democratas para uma reunião na Casa Branca nesta quarta-feira para discutir o bloqueio orçamentário que definiu a paralisação dos serviços públicos do país.O encontro está previsto para as 21H30 GMT (18H30 no horário de Brasília). Devem participar o presidente da Câmara de Representantes, o republicano John Boehner, o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, o titular do Senado, o democrata Harry Reid, e a líder da minoria democrata na Câmara Alta, Nancy Pelosi, segundo fontes da presidência e do Congresso. A paralisação dos serviços do governo federal dos Estados Unidos já provocou a primeira consequência internacional, com o cancelamento de parte de uma viagem do presidente Obama pela Ásia. Obama cancelou as escalas na Malásia e nas Filipinas da viagem que iniciará no sábado, e deixou em aberto a possibilidade de também anular suas visitas à Indonésia e Brunei, onde deveria participar de reuniões internacionais. A viagem teve de ser encurtada pela primeira paralisação dos serviços do governo em 17 anos, uma situação que por ora não deve ser resolvida, uma vez que os democratas de Obama e a oposição republicana não dão mostras de avançar para a aprovação de um orçamento que permita a reativação do governo. Pelo segundo dia, milhares de funcionários federais continuarão de licença sem salário e os turistas encontrarão os museu e monumentos da capital fechados, enquanto cresce a frustração dos americanos frente a legisladores que não conseguiram evitar esta situação. Obama acusou veementemente os conservadores na Câmara de Representantes - dominada pelos republicanos - de levar adiante uma "cruzada ideológica" para vincular o financiamento do governo a uma tentativa de acabar com sua reforma da saúde, aprovada em 2010 e centro da disputa por fundos no Congresso. Seu principal inimigo, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, por sua vez, acusou Obama de aplicar uma política de "terra arrasada" ao se recusar a negociar. Nesta quarta-feira, o impasse prosseguia, depois que o líder do Senado, o democrata Harry Reid, rejeitou a exigência da Câmara de Representantes de nomear negociadores para buscar um acordo entre as duas câmaras do Congresso. Uma pesquisa de opinião da Universidade Quinnipiac mostra que 77% dos americanos são contrários à necessidade de fechar parcialmente atividades do Estado e apenas 22% apoiam a estratégia republicana. O nível de confiança dos republicanos do Congresso caiu a 17%, segundo a pesquisa, enquanto o apoio aos democratas alcança 32%. Obama também não fica bem na pesquisa, pois 49% dos entrevistados têm uma opinião negativa de sua gestão da crise, contra 44% que o aprovam. A licença sem vencimentos dada aos funcionários públicos também afeta a Casa Branca, que ficou com um mínimo necessário de pessoal para poder funcionar. Turistas perplexos não puderam entrar nos museus e monumentos em Washington, enquanto que, em Nova York, a Estátua da Libredade também fechou suas portas. E apesar de as forças armadas e patrulha de fronteira continuarem operando com normalidade, o Pentágono dará licença à metade de seus 800.000 funcionários civis. Os republicanos da Câmara de Representantes tentaram, sem sucesso, aprovar na terça-feira medidas parciais, como a reabertura de parques, museus e monumentos nacionais, o departamento dedicado aos veteranos de guerra e as operações para financiar o funcionamento da capital federal, que não tem orçamento autônomo. "Estas propostas mostram a total falta de seriedade dos republicanos", declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. "Eles não nos forçarão a ter de escolher entre os parques e a pesquisa sobre câncer ou o FBI", ressaltou o líder do Senado, Harry Reid. Obama também advetiu que o fechamento do governo terá consequências desastrosas para a ainda frágil recuperação econômica americana, um ponto que o presidente tentará enfatizar em uma reunião com empresários e líderes de Wall Street nesta quarta-feira na Casa Branca. Veja também EUA enfrentam mais um dia de serviços públicos fechados Pelo segundo dia, milhares de funcionários federais continuarão de licença forçada e sem salários Prazo final para elevar teto da dívida é dia 17 Tesouro opera no limite desde maio, recorrendo a medidas extraordinárias para pagar contas do país Banco Mundial: paralisia nos EUA ameaça países pobres A situação pode ficar ainda mais grave dentro de duas semanas, caso não exista um acordo político Obama fará declaração sobre paralisia nesta tarde Obama falará depois que 800 mil funcionários federais foram forçados a ficar em casa sem salário Cameron: paralisação nos EUA é risco para a economia Falta de acordo causou a paralisação de parte dos serviços federais pela primeira vez em 17 anos

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