INTERNACIONAL

Novo tratamento farmacológico freia propagação do câncer de pâncreas

Um novo estudo que incluiu uma terapia farmacológica demonstrou a possibilidade de reduzir significativamente a propagação do câncer de pâncreas

AFP
02/06/2019 às 21:20.
Atualizado em 30/03/2022 às 21:07

Um novo estudo que incluiu uma terapia farmacológica demonstrou a possibilidade de reduzir significativamente a propagação do câncer de pâncreas.Os pacientes diagnosticados com esta doença não sobrevivem em média mais que um ano.O estudo, divulgado neste domingo (2), apontou que um terço dos pacientes que receberam o novo medicamento já tinham superado os dois anos de sobrevivência à doença, destacou uma pesquisadora.O teste analisou especificamente pacientes com mutações no gene BRCA, que são hereditárias e sabe-se que aumentam as chances de contrair câncer de pâncreas, ovários, próstata e mama.Mutações deste tipo levaram a atriz Angelina Jolie a se submeter a uma dupla mastectomia preventiva.A mutação afeta a capacidade do corpo de reparar o DNA danificado, o que pode ocorrer por fatores como excesso de luz solar e exposição ao amianto, por exemplo. "As células normais podem ser capazes de repará-lo, mas as células que têm a mutação não conseguem e logo começam a crescer anormalmente porque têm seu DNA danificado", disse à AFP a autora principal do estudo, Hedy Kindler, oncologista do University of Chicago Medical Center.O teste foi realizado com mais de 3.300 pessoas com câncer de pâncreas, identificando cerca de 250 com o gene defeituoso. Um grupo, escolhido ao acaso, recebeu o medicamento conhecido como olaparib e outro grupo, um placebo.Descobriu-se que o olaparib, vendido pelo laboratório Merck com o nome "Lynparza", reduz o risco de progressão da doença em 47% em comparação com o grupo de controle.Em pacientes que receberam o olaparib, a doença ficou controlada por quase o dobro do tempo em comparação com os pacientes que receberam o placebo.Suzanne Cole, oncologista do Southwestern Medical Center, que não participou do estudo, disse que a pesquisa representava um grande avanço para os pacientes com câncer de pâncreas metastático. Ela disse ainda que agora que se identificou a eficácia do medicamento, era importante que os médicos examinassem os pacientes para detectar a mutação a fim de identificar quem pode se beneficiar da terapia.Kindler citou o caso de um paciente que viu seu irmão morrer antes de saber que sofria do mesmo tipo de câncer. Descobriu-se que ele tinha a mutação BRCA e foi incluído no teste."Cada vez que fazemos uma tomografia computadorizada, seu tumor diminui", disse Kindler. "Toma uma pílula duas vezes por dia e dois anos e meio depois ainda está por aí e leva uma vida normal".

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