VENEZUELA

Nicolás Maduro aceita se reunir com a oposição

Pedido foi feito pela delegação da Unasul que visita Caracas para acompanhar o diálogo entre ambos os setores

France Presse
07/04/2014 às 22:35.
Atualizado em 27/04/2022 às 01:25

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta segunda-feira (7) que aceitou se reunir com representantes da oposição nesta terça (8), a pedido de uma delegação da Unasul que visita Caracas para acompanhar o diálogo entre ambos os setores."Tivemos uma conversa bastante ampla. Eles me propuseram fazer uma reunião amanhã (terça) com a delegação da oposição, e eu aceitei", disse Maduro, no final de um encontro de mais de uma hora com oito chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).Durante a tarde, os ministros das Relações Exteriores da Unasul se reuniram com representantes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), que se recusava a dialogar com Maduro para solucionar a crise."Se essa reunião (entre governo e oposição) for finalmente concretizada na tarde de hoje, será uma grande mensagem de paz, de democracia, do nosso país a todo o nosso povo", disse Maduro à imprensa no Palácio de Miraflores."Oxalá os dirigentes políticos da MUD não recuem e se sentem" para dialogar.Maduro, que completa um ano de presidência no dia 14 de abril, revelou que será a Unasul a anunciar o local e a hora da reunião. "Estou certo de que a agenda será livre", afirmou.O presidente antecipou que apresentará como prioridade do diálogo "abordar o plano de pacificação nacional" e que pedirá "à oposição que se some à luta contra a criminalidade" e a um "plano de investimentos e de desenvolvimento econômico" para o crescimento e o abastecimento.Entre hoje e amanhã (terça), a comissão de diplomatas terá uma nova rodada de reuniões com diferentes setores da sociedade venezuelana, depois de ter visitado o país na última semana de março. Na visita anterior, a delegação conseguiu que Maduro e a oposição concordassem em que uma "testemunha" facilitasse o diálogo.Um dos candidatos mais cotados pelos dois lados é o secretário de Estado do Vaticano e ex-núncio na Venezuela, Pietro Parolin.A MUD não se pronunciou sobre um eventual diálogo com Maduro nesta terça.Antes do anúncio do presidente, a coalizão deu as boas-vindas aos chanceleres, mas advertiu que sua presença "será útil apenas se o governo se comprometer sinceramente com o diálogo". Os opositores também criticaram o discurso "tenazmente agressivo" de Maduro contra quem é desfavorável ao governo.Maduro acusa a oposição de promover um golpe de Estado com os protestos, enquanto a MUD responsabiliza o governo pela detenção do líder do partido Vontade Popular, Leopoldo López, e de outros dois prefeitos, assim como pela cassação da deputada opositora María Corina Machado.Os protestos, iniciados em 4 de fevereiro para exigir mais segurança após um ataque contra uma estudante, se alastraram por todo o país e tomaram outras bandeiras, como a crise econômica, a repressão policial e a prisão de estudantes e dirigentes da oposição.A Venezuela é sacudida por uma onda de protestos contra a criminalidade, o desabastecimento e a inflação que em oito semanas já deixou 39 mortos, 600 feridos e mais de 100 denúncias de violações dos direitos humanos.

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