O jornalista uruguaio Claudio Paolillo, que foi diretor do semanário Búsqueda e presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol), morreu nesta sexta-feira (19) aos 57 anos, informaram parentes
O jornalista uruguaio Claudio Paolillo, que foi diretor do semanário Búsqueda e presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol), morreu nesta sexta-feira (19) aos 57 anos, informaram parentes.Paolillo, que foi jornalista da AFP durante os anos 1980 em Montevidéu, teve uma longa e brilhante carreira como repórter, colunista e escritor.Enrique Vidal, ex-chefe de redação da AFP em Montevidéu, lembra dele como um jornalista "rigoroso no manejo da informação" e uma pessoa com "grande conhecimento".Sua carreira começou no extinto jornal uruguaio El Día, aos 17 anos.Até seu falecimento, em decorrência de um câncer contra o qual lutou no último ano e meio, era conselheiro jornalístico e acadêmico do Búsqueda, que dirigiu a partir de 2010.Esteve à frente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP entre 2012 e 2016, de onde promoveu ações destinadas a denunciar os obstáculos à liberdade de expressão no continente americano. Era membro do comitê executivo da SIP.Também escreveu dois livros de jornalismo investigativo: "La cacería del caballero", que relata a busca de um banqueiro uruguaio foragido da Justiça, e "Con los días contados", que retrata de forma pormenorizada os acontecimentos que levaram à crise bancária e financeira que atingiu o Uruguai em 2002.Paolillo foi professor de Jornalismo no Uruguai e Chile, e conferencista em todo o continente. Em 2017 foi premiado pela Associação de Entidades Jornalísticas da Argentina (Adepa, em espanhol) por seu trabalho na defesa da liberdade de imprensa, causa que impulsionou durante toda a sua carreira.A sua é "uma das vozes mais potentes e lúcidas entre as que denunciaram os atropelos que se multiplicaram das mais variadas formas de populismos e autoritarismos na última década ao longo do continente", assinalou a organização no ano passado.