Ministros do G20 devem pedir mais diálogo e parceria (AFP)
Os ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais do G20 (grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia) concluem hoje (22) o terceiro encontro deste ano. A com um comunicado ressaltando a importância do comercio internacional. A reunião ocorre num momento de escalada da guerra tarifaria entre as grandes potencias.“Falamos de comércio de maneira racional e todos concordamos que é importante que tenhamos mais comércio”, disse o secretário internacional do ministério da Fazenda do Brasil, Marcello Estevão, em entrevista coletiva. “O que estamos pedindo em geral é que as partes que estão em desacordo conversem mais e briguem menos”, concluiu.Segundo Estevão, apesar de haver diferenças de opiniões, todos expressaram preocupação sobre as restrições ao comercio mundial, porque a guerra de tarifas afetará o crescimento das economias de países desenvolvidos e também em desenvolvimento.“Estamos todos preocupados com o que está acontecendo, porque não envolve só China e os Estados Unidos. Todos nós podemos levar uma bala perdida quando há briga entre economias muito grandes”, disse Estevão. “Há pouco, levamos alguma bala perdida com o aço”, acrescentou, referindo-se à ameaça do presidente norte-americano, Donald Trump, de taxar todas as importações de aço.A guerra foi desencadeada quando os Estados Unidos decidiram aplicar tarifas de 25% sobre US$ 34 bilhões de importações chinesas. A China retaliou, fazendo o mesmo. O governo norte-americano já identificou outros produtos chineses, no valor de US$ 200 bilhões, sobre os quais ameaça aplicar uma taxa de 10%.Nesta queda de braço, os Estados Unidos têm mais margem de manobra: em 2017, importou US$ 505 bilhões da China, mas exportou apenas US$ 130 bilhões. Mas o governo norte-americano enfrenta oposição interna, de indústrias que serão prejudicadas, porque dependem de insumo importado, e dos consumidores, que terão que pagar mais caro – algo que não é um problema para a China, onde o Estado controla a economia, o câmbio e a política.União EuropeiaOs Estados Unidos também já aplicaram tarifas às importações de aço e alumínio da União Europeia, do Canada e do México. O Brasil também estava na lista, acabou negociando quotas. Agora os Estados Unidos ameaçam taxar os veículos europeus.O ministro das Finanças da Franca, Bruno Le Maire, disse que os Estados Unidos estavam aplicando a “lei da selva” com sua política de aplicar tarifas de forma unilateral. O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, respondeu que “se a Europa acredita no livre comercio, estamos prontos a assinar um acordo sem tarifas, sem barreiras não tarifarias e sem subsídios”. Le Maire retrucou que a França “se recusa a negociar com um revólver apontado a sua cabeça” e que os Estados Unidos devem dar o primeiro passo para voltar atrás na guerra comercial.