TERRORISMO

Milhares de turistas deixam Tunísia após atentado em hotel

Atentado deixou 38 mortos, entre eles havia britânicos, uma belga, um alemão; outras 39 pessoas ficaram feridas

France Press
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27/06/2015 às 10:56.
Atualizado em 28/04/2022 às 15:59

Após atentado, turistas correm para deixar a Tunísia ( AFP)

Milhares de turistas se preparavam neste sábado para deixar a Tunísia, um dia após um sangrento atentado reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra um hotel que deixou 38 mortos, em sua maioria britânicos.Entre os 38 mortos, dez cadáveres foram identificados - oito britânicos, uma belga, um alemão - segundo o ministério da Saúde, que informou sobre 39 feridos, especialmente britânicos, alemães e belgas. A Irlanda indicou que uma cidadão deste país morreu.Até o momento não havia vítimas francesas, segundo o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que seu país precisa "se preparar para o fato de existirem muitos britânicos entre as vítimas do selvagem ataque".Depois do atentado, cometido por um estudante tunisiano e condenado em todo o mundo, o primeiro-ministro da Tunísia, Habib Essid, afirmou que 80 mesquitas acusadas de incitar o terrorismo serão fechadas, e anunciou que irá recorrer aos reservistas do exército para reforçar a segurança nos locais sensíveis.O suposto autor do atentado, o pior na história recente do país, havia escondido sua arma em um guarda-sol, fingindo ser mais um turista. O criminoso disparou contra as pessoas que estavam na praia e depois entrou no hotel Riu Imperial Marhaba de Port el Kantoui (perto de Sousse, 140 km ao sul de Túnis) para matar as pessoas que pegavam sol ou aproveitavam a piscina.Este ataque coincidiu com uma onda de atentados registrados no mesmo dia no Kuwait, onde ao menos 27 pessoas morreram em um atentado também reivindicado pelo EI, e na França, onde uma pessoa foi decapitada. Estas ações ocorreram três dias antes do primeiro aniversário do califado proclamado pelo EI nos territórios que conquistou na Síria e no Iraque.'Temos medo' -Este massacre representa outro golpe ao essencial setor do turismo na Tunísia, três meses após outro ataque contra o museu do Bardo na capital (22 mortos, 21 deles turistas).Centenas de turistas estrangeiros se reuniam no aeroporto de Enfidha - entre a capital e Sousse - na madrugada deste sábado para deixar o país. O fluxo de partidas prosseguia na manhã deste sábado, constatou a AFP.A maioria dos voos que apareciam nas telas do aeroporto eram com destino a Londres, Manchester, Amsterdã, Bruxelas e São Petersburgo.Um casal britânico que chegou na quarta-feira a Sousse contou à AFP que o organizador de sua viagem disse para voltarem para casa."Temos medo, o local não é seguro", disse outro jovem, Leon, originário de Gales."Nossa agência nos aconselhou a voltar imediatamente ao nosso país, a Bélgica. Era obrigatório deixar imediatamente o país", disse à AFP Aziz, um jovem turista.Segundo o operador belga Jetair, até a noite deste sábado 2.000 clientes terão sido repatriados à Bélgica.O operador de turismo Thomson anunciou o envio de dez aviões para repatriar 2.500 turistas britânicos, assim como o cancelamento de todas as estadias na próxima semana na Tunísia.Desde a Primavera Árabe que começou na Tunísia em 2011, o país enfrenta uma crescente ameaça jihadista, que ataca principalmente o turismo, um setor que representa mais de 7% do PIB da Tunísia e gera quase 400.000 empregos diretos e indiretos.Contra a 'aliança cruzada'O atentado de sexta-feira contra o hotel foi reivindicado pelo grupo extremista sunita Estado Islâmico em um comunicado divulgado por contas jihadistas no Twitter. O grupo EI o justificou alegando que a maioria dos turistas são "de Estados da aliança cruzada que combate o estado do califado", em alusão à coalizão internacional antijihadista.O autor do atentado, que foi abatido pela polícia, se chamava Seifeddine Rezgui e era originário de Gaafur (noroeste), mas estudava em Kairuan (centro). Não estava fichado pela polícia, segundo o secretário de Estado de Segurança, Rafik Chelly, ressaltando que a princípio teria agido sozinho.Segundo uma testemunha tunisiana, o atacante disparava contra turistas, mas não contra tunisianos. "O terrorista nos disse: 'se afastem, não vim por vocês'. Não disparou em nós, disparou contra os turistas".

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