INTERNACIONAL

México e EUA chegam a acordo sobre solicitantes de asilo

O futuro governo mexicano informou neste sábado (24) ter chegado a um acordo com a administração americana para permitir que os solicitantes de asilo permaneçam no México enquanto se examina seu pedido para ingressar nos Estados Unidos, o que representaria uma importante vitória para Donald Trump

AFP
24/11/2018 às 21:10.
Atualizado em 05/04/2022 às 23:49

O futuro governo mexicano informou neste sábado (24) ter chegado a um acordo com a administração americana para permitir que os solicitantes de asilo permaneçam no México enquanto se examina seu pedido para ingressar nos Estados Unidos, o que representaria uma importante vitória para Donald Trump. "Por enquanto, chegamos a um acordo sobre esta política", disse ao jornal The Washington Post Olga Sánchez Cordero, que será a ministra do Interior do futuro governo mexicano que assume o mandato em 1° de dezembro.O acordo é alcançado depois de Trump manifestar sua indignação pela presença de milhares de migrantes centro-americanos que, fugindo da pobreza e da violência de seus países, cruzaram para o lado mexicano da fronteira com a esperança de entrar nos Estados Unidos. Trump, que reuniu milhares de soldados na fronteira com o México, ameaçou fechá-la completamente se a situação piorasse.A ministra, citada em um artigo do jornal, evocou uma "solução de curto prazo", mas "a solução a médio e longo prazos é que as pessoas deixem de migrar", acrescentou."O México tem os braços abertos e tudo o necessário, mas imagine, caravana após caravana, seria um problema para nós também", destacou.Se confirmado o acordo com o México, isto significaria uma vitória para o presidente americano, Donald Trump, que fez da firmeza contra os migrantes uma de suas prioridades.Cinco mil migrantes, a maioria hondurenhos, esperam confinados em um albergue na cidade mexicana de Tijuana, após uma viagem exaustiva. Carolina Flores, hondurenha de 38 anos, lamenta a visão do presidente americano."Ele não é como outros presidentes, acessível com os migrantes. Ele é fechado", queixa-se."Nos vê como um bicho que vai corroer lá. Nós viemos atrás de uma oportunidade", reclama.Segundo o The Washington Post, não foi assinado nenhum acordo formal, mas as autoridades americanas veem o acordo como um avanço potencial para desestimular a migração.Os oficiais de asilo dos Estados Unidos vão começar a implementar os novos procedimentos nos próximos dias e semanas, segundo funcionários da Segurança Nacional, citados pelo jornal.Os solicitantes de asilo vão receber uma avaliação inicial para determinar um se enfrentam um risco iminente ao permanecer no México, onde a violência é generalizada. Sob o novo sistema, os funcionários americanos serão capazes de processar ao menos o dobro de solicitações de asilo porque não estarão limitadas pelo espaço de detenção nos pontos de entrada aos Estados Unidos, assegurou a publicação.- Recrutando migrantes -Orlinda Morales, hondurenha de 31 anos, recebeu a notícia com otimismo em Tijuana: "Acho ótimo porque não vamos mais ter que ficar na geladeira. Arranjaremos trabalho aqui até conseguirmos o processo para entrar nos Estados Unidos", disse.As autoridades mexicanas instalaram recentemente uma "feira do emprego" em Tijuana especialmente para os integrantes da caravana, com o objetivo de integrá-los à próspera indústria manufatureira da cidade fronteiriça.Representantes de empresas estão recrutando os migrantes, que obterão um visto humanitário que lhes permitirá trabalhar legalmente no México e ter acesso à previdência social.Segundo o Washington Post, uma das regras do acordo é que os solicitantes que tenham negado o pedido não possam voltar ao México, mas permanecerão sob a custódia dos Estados Unidos até que sejam deportados ao seu país de origem.A publicação indica que o acordo se concretizou na semana passada, em Houston, durante uma reunião entre Marcelo Ebrard, futuro ministro das Relações Exteriores do México, e funcionários americanos, inclusive a secretária de Segurança Nacional, Kirstjen Nielsen, e o secretário de Estado, Mike Pompeo.

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