de volta à casa branca

Mesmo doente, Trump minimiza a pandemia

Presidente atropela Covid, visando melhorar posição na campanha

France Press
07/10/2020 às 08:51.
Atualizado em 27/03/2022 às 23:24
Logo depois de deixar o hospital, primeiro ato do presidente foi tirar a máscara na Casa Branca: negacionismo (Nicholas Kamm/AFP)

Logo depois de deixar o hospital, primeiro ato do presidente foi tirar a máscara na Casa Branca: negacionismo (Nicholas Kamm/AFP)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não recuperado da Covid-19, minimizou ontem a ameaça da pandemia, apresentando-se como imune não só ao vírus mas também à derrota, a menos de um mês das eleições presidenciais em que concorre com o democrata Joe Biden. "Me sinto bem!", tuitou o presidente republicano. "Desejo que chegue o debate da noite de quinta, 15 de outubro, em Miami. Será genial!", acrescentou, em alusão ao segundo duelo programado com o ex-vice-presidente de Barack Obama. O médico da Casa Branca, Sean Conley, destacou o bom estado de saúde do presidente um dia depois de retornar à Casa Branca após três dias hospitalizado. "Teve uma primeira noite tranquila em casa e hoje não apresenta nenhum sintoma", disse Conley em um comunicado. "Continua extremamente bem no geral", acrescentou. Trump, de 74 anos, teve alta na segunda-feira do centro médico militar Walter Reed, nos arredores de Washington, onde havia sido internado na sexta para tratar a Covid-19, horas depois de anunciar o resultado positivo no teste de diagnóstico.  Após um retorno triunfal à Casa Branca transmitido ao vivo pela televisão, Trump se esforça para se apresentar como o líder destemido que derrotou o coronavírus, em meio a pesquisas negativas para sua reeleição em 3 de novembro. "Talvez eu seja imune", disse na varanda da Casa Branca na noite de segunda-feira, depois de tirar a máscara que trazia do hospital e pedir aos americanos que não temam o vírus nem se deixem dominar por ele. Os EUA têm mais de 210.000 mortos pela Covid-19.  Trump, no entanto, voltou a minimizar a gravidade da pandemia, retomando em um tuíte um de seus antigos argumentos ao compará-la com a gripe sazonal, e assegurou que o país não vai parar pelos "às vezes mais de 100.000" que morrem ao ano "apesar da vacina". Esse número de mortos, não sustentado pelas autoridades de saúde americanas, fez com que Twitter marcasse o tuíte de Trump como "informação enganosa e potencialmente prejudicial relacionada à Covid-19". A campanha de Trump o apresenta como um "guerreiro", mas sua reeleição é incerta. De acordo com a última pesquisa CNN/SSRS divulgada ontem, Biden aparece agora 16 pontos à frente de Trump (57% contra 41% das intenções de voto). Outra pesquisa da NBC/WSJ estabeleceu uma diferença de 14 pontos em relação ao seu rival republicano (53% a 39%).

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