O medo do desemprego entre os brasileiros alcançou, em junho, o maior nível desde que começou a ser medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1999
Temor de perder o emprego atingiu o maior número de brasileiros em junho de toda a série histórica da CNI, que começou em 1999 (Cedoc/RAC)
O medo do desemprego entre os brasileiros alcançou, em junho, o maior nível desde que começou a ser medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1999. Segundo pesquisa da entidade, divulgado ontem, no mês passado o indicador ficou em 108,5 pontos. O patamar é o maior da série histórica e só havia sido atingido antes em maio de 1999 durante a crise de desvalorização do real. O índice subiu 1,9% ante a última medição, em março, e 4,2% ante junho de 2015. O levantamento da entidade apurou ainda o índice de satisfação com a vida dos entrevistados. O indicador ficou em 93,1 pontos em junho, melhorando em relação a março, quando havia caído a 92,4 pontos, patamar mais baixo desde 1999. Em relação a junho de 2015, a satisfação caiu 2,6%. Com relação ao mercado, a pesquisa indicou que a indústria tem apresentado alguma recuperação. O índice de produção do setor subiu de 45,5 pontos em maio para 46,6 pontos em junho. Apesar de ainda estar abaixo dos 50 pontos, o que indica queda da produção, a retração é menor que a observada no mesmo mês de anos anteriores. Em junho de 2015, por exemplo, o índice de evolução da produção estava em 40,3 pontos. De acordo com a CNI, isso é resultado da combinação de alguns indicadores positivos de expectativa - como os de demanda, de quantidade exportada e de compras de matérias-primas - e da redução do ritmo de queda de determinados indicadores coincidentes, como os de evolução da produção e de emprego. Outro ponto destacado pela entidade como positivo são os estoques, que estão agora no nível desejado. O índice que mede a evolução do número de empregados subiu de 43,7 pontos em maio para 44,6 pontos em junho. No mesmo mês do ano passado, o indicador era de 40,7 pontos. Com relação à utilização da capacidade instalada (UCI), o indicador permaneceu estável em 64%, o mesmo registrado desde março de 2016. Esse percentual é também praticamente o mesmo registrado em junho de 2015, de 65%, mas está oito pontos percentuais abaixo da média para meses de junho. Com relação aos estoques, o índice registrou queda de 48,9 pontos em maio para 47,8 pontos em junho, marcando o oitavo mês de retração. A Sondagem aponta ainda que o ritmo de crescimento dos preços das matérias-primas vem desacelerando desde o 4º trimestre de 2015. O índice acumula queda de 5,6 pontos no período. No segundo trimestre deste ano, o indicador atingiu 63,6 pontos, ante 64,7 pontos registrado no primeiro trimestre de 2016. Com relação aos índices de satisfação com a situação financeira, o indicador continua abaixo dos 50 pontos, o que mostra forte insatisfação dos empresários com a situação financeira e a margem de lucro. Mas, em junho, o índice de satisfação com a situação financeira registrou alta de 1,6 ponto percentual, ficando em 39,5 pontos, e o de margem de lucro cresceu 2,2 pontos, atingindo 34,9 pontos. A Sondagem Industrial mostra ainda que os índices de expectativas começam a retratar otimismo dos empresários quanto aos próximos seis meses. O índice de expectativa da demanda atingiu 52,9 pontos em julho, ante 51 pontos em junho. Ou seja, manteve-se acima dos 50 pontos pelo segundo mês consecutivo, o que sinaliza expectativa de aumento de demanda.