em estádio

Mais de mil iranianas acompanham partida de futebol

Desde a vitória da Revolução Islâmica em 1979, as mulheres não têm direito a ir aos estádios no Irã para ver os homens jogarem futebol

France Press
11/11/2018 às 13:46.
Atualizado em 05/04/2022 às 20:38

 Cerca de mil mulheres iranianas tiveram seu acesso liberado, no sábado (10) à noite, no estádio onde aconteceu a final da liga de campeões asiática, em Teerã, um fato pouco comum classificado como uma "vitória" por vários jornais reformistas do país. A incomum presença de torcedores em uma tribuna especialmente reservada para as mulheres no estádio Azadi ("Liberdade", em persa) não foi o suficiente para levar a equipe local - o FC Persépolis - à vitória. Depois de sua derrota por 2-0 no Japão, o time não passou do zero a zero em casa, o que deu o título ao Kashima Antlers. "As mulheres ganharam a partida da Liberdade", dizia a manchete do jornal reformista "Etemad". "Vitória das mulheres iranianas na final asiática", estima o também reformista "Sazandegi". De acordo com este jornal, a maioria das mulheres presente no estádio foi "selecionada minuciosamente" entre as famílias dos jogadores do FC Persépolis, ou entre jogadoras de futebol, ou de futebol de salão. Desde a vitória da Revolução Islâmica em 1979, as mulheres não têm direito a ir aos estádios no Irã para ver os homens jogarem futebol. A medida é, com frequência, criticada no país. O presidente iraniano, Hassan Rohani, manifestou em diferentes ocasiões sua vontade de que as mulheres possam entrar nos estádios, mas o projeto enfrenta a oposição dos ultraconservadores. Neste domingo, a Confederação Asiática de Futebol (AFC) agradeceu oficialmente às autoridades iranianas por terem permitido que as mulheres "fossem testemunha de um evento excepcional".

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