INTERNACIONAL

Macron e Trump exibem união durante homenagem aos veteranos do Desembarque na Normandia

França e Estados Unidos prestaram, nesta quinta-feira, uma homenagem solene aos últimos veteranos vivos do Desembarque aliado de 6 de junho de 1944 nas praias da Normandia, durante o 75º aniversário deste acontecimento histórico celebrado conjuntamente por Emmanuel Macron e Donald Trump

AFP
06/06/2019 às 09:00.
Atualizado em 30/03/2022 às 21:38

França e Estados Unidos prestaram, nesta quinta-feira, uma homenagem solene aos últimos veteranos vivos do Desembarque aliado de 6 de junho de 1944 nas praias da Normandia, durante o 75º aniversário deste acontecimento histórico celebrado conjuntamente por Emmanuel Macron e Donald Trump."Nós sabemos o que devemos a vocês, veteranos: nossa liberdade. Em nome de nosso país, só quero dizer obrigado", declarou em inglês o presidente francês, antes de condecorá-los com a Legião de Honra sob aplausos dos presentes, reunidos no grande cemitério americano de Omaha Beach, na localidade normanda de Colleville-sur-Mer (noroeste)."Vocês são o orgulho de nosso país", disse o presidente americano, citando os nomes dos soldados que morreram, provocando lágrimas nos sobreviventes presentes na tribunal oficial, incluindo a irmã de um jovem soldado morto no dia D.Para este momento das comemorações que começaram na quarta-feira na França e no Reino Unido, Donald e Melania Trump foram os primeiros a chegar no cemitério de Colleville, território americano na França. Eles receberam o casal Macron para a cerimônia oficial marcada pela emoção, mas também pela empatia entre os chefes de Estado.Entre as 12.000 pessoas reunidas, os veteranos americanos sentados nas primeiras fileiras da tribuna com suas medalhas e bonés "World War II Veteran" lembrando os serviços prestados, foram saudados por ambos os chefes de Estado e ovacionados por uma multidão em pé.Sob um céu brilhante, bandeirinhas francesas e americanas foram colocadas junto às 9.387 cruzes brancas e estrelas de David do cemitério, perfeitamente alinhadas na grama verde de frente para o mar, uma vez tingindo de sangue. "Há 75 anos, nestas praias, nesses penhascos, 10.000 homens derramaram seu sangue e milhares sacrificaram suas vidas por seus irmãos, por seu país e pela sobrevivência da liberdade", declarou o chefe da Casa Branca, preenchendo então o seu discurso com os nomes dos heróis sentados diante dele.- A liberdade dos outros -Este dia de recordação e homenagem ao sacrifício de milhares de jovens, que desembarcaram sob uma chuva de tiros e em meio a uma tempestade, deve mascarar temporariamente as profundas diferenças políticas entre a América e seus Aliados. "A América nunca é tão grande quanto quando luta pela liberdade dos outros", ressaltou o presidente Macron, com um apelo, diante do americano, a "nunca deixar de fazer viver a aliança dos povos livres".Os laços franco-americanos são "indestrutíveis", assegurou Donald Trump, cujas declarações, às vezes intempestivas, já causaram problemas entre os dois aliados, e cuja abordagem das relações internacionais perturba a ordem multilateral que rege o mundo desde o período pós-guerra.Antes do início da cerimônia, o presidente francês se reuniu em Bayeux com dois soldados veteranos, incluindo Léon Gautier, que tinha 21 anos durante o Desembarque e um dos três últimos sobreviventes do comando Kieffer - um grupo de voluntários franceses treinados na Escócia.No início do dia, o presidente francês e a primeira-ministra britânica Theresa May iniciaram o grande dia de recordação com a pedra fundamental de um memorial que será dedicado à memória dos soldados britânicos do Dia D em Ver-sur-Mer.Outro líder de um país aliado, Justin Trudeau, presidiu a cerimônia canadense na praia de Juno Beach e participará de uma cerimônia internacional com o primeiro-ministro francês Edouard Philippe no final do dia.- Destino comum -Falando brevemente em inglês, o presidente francês reafirmou a força dos "laços singulares" entre a França e o Reino Unido, apesar da perspectiva do Brexit: "Aconteça o que acontecer, estaremos sempre lado a lado, porque esse é o nosso destino comum", disse ele. May não fez nenhuma referência a sua saída do governo no discurso, no qual elogiou a "coragem" e "dedicação" dos 156.000 homens, 83.000 dos quais do Reino Unido e da Commonwealth, que desembarcaram na Normandia no "D-Day".Os líderes dos países aliados da Segunda Guerra Mundial (sem Vladimir Putin, ausente das cerimônia) deram na quarta-feira, na presença da rainha Elizabeth II, o pontapé inicial das celebrações deste 75º aniversário. Os 16 países representados adotaram uma "Declaração" para "garantir que os sacrifícios do passado nunca sejam em vão e nunca sejam esquecidos".No lado normando, a quarta-feira foi marcada pelos paraquedistas e uma cerimônia ameríndia em Omaha Becah.Etapa fundamental da libertação da Europa do jugo nazista, este desembarque foi o maior da história pelo número de embarcações envolvidas: 6.939 navios desembarcaram 132.700 homens nas praias da Normandia.Quase 3.000 civis normandos perderam suas vidas em 6 e 7 de junho, quase tantos quanto os militares aliados no Dia D.bur-ach/lp/fz/phv/mr

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