INTERNACIONAL

Londres denuncia na OPAQ o comportamento irresponsável da Rússia

O Reino Unido denunciou nesta quarta-feira o comportamento "irresponsável" da Rússia durante uma reunião confidencial na sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) em Haia sobre o caso do ex-espião russo Serguei Skripal, envenenado na Inglaterra

AFP
18/04/2018 às 09:40.
Atualizado em 27/04/2022 às 12:57

O Reino Unido denunciou nesta quarta-feira o comportamento "irresponsável" da Rússia durante uma reunião confidencial na sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) em Haia sobre o caso do ex-espião russo Serguei Skripal, envenenado na Inglaterra.A reunião, a portas fechadas, foi convocada pelo Reino Unido depois que os inspetores da OPAQ confirmaram que Skripal e sua filha Yulia foram envenenados em Salisbury no mês de março com um agente nervoso, inoculado segundo o governo britânico de forma líquida e em uma quantidade reduzida."O comportamento irresponsável da Rússia viola a proibição mundial de armas químicas e ameaça a segurança mundial", escreveu o embaixador britânico na OPAQ no Twitter, depois de apontar Moscou como "único" responsável pelo envenenamento."A Rússia organiza uma campanha de desinformação sem vergonha e ataca a reputação e as competências da OPAQ", criticou a delegação britânica.Fundada em 1997, a OPAQ supervisiona a aplicação da convenção sobre armas químicas que tem por objetivo eliminar as reservas de armas tóxicas."Acreditamos que apenas a Rússia dispõe dos meios técnicos, da experiência operacional e da motivação para atacar os Skripal", insistiu a delegação britânica.Apesar das acusações, o relatório da OPAQ não revela a substância que provocou o envenenamento e que, segundo o Reino Unido, era um agente neurotóxico do tipo Novichok, desenvolvido na União Soviética nos anos 1970.A OPAQ tampouco estabeleceu responsabilidades neste caso.Na carta de convocação, a delegação britânica na OPAQ declarou que desejava "informar os Estados membros" sobre os acontecimentos.Ao mesmo tempo, uma delegação da OPAQ chegou na terça-feira à cidade síria de Duma para investigar um suposto ataque químico em que teriam falecido mais de 40 pessoas no dia 7 de abril nesta localidade próxima de Damasco, que na data ainda era controlada pelos rebeldes.Os países ocidentais acusam a Síria - cujo regime é apoiado pela Rússia - pelo ataque, mas duvidam da possibilidade de encontrar provas no local. Damasco nega qualquer responsabilidade.Após enviar especialistas à Inglaterra, a OPAQ anunciou na quinta-feira passada que as análises de laboratório "confirmam as descobertas do Reino Unido sobre a identidade do agente químico tóxico utilizado em Salisbury" para envenenar Serguei Skripal e sua filha.Mas a OPAQ não anunciou o nome da substância em questão.O envenenamento do ex-espião russo provocou uma grave crise diplomática entre a Rússia e os países ocidentais, com direito a maior série de expulsão de diplomatas entre países da história.Na terça-feira, as operações de limpeza começaram em Salisbury. A polícia identificou nove pontos, três deles no centro da cidade, para análise, incluindo o pub e o restaurante que os Skripal visitaram em 4 de março antes de serem encontrados inconscientes em um parque.A maior concentração do agente nervoso foi encontrado na casa do ex-espião.O estado de Serguei Skripal, 66 anos, melhorou, mas ele permanece internado. Yulia, 33 anos, já recebeu alta.

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