INTERNACIONAL

Lei marcial na Ucrânia ameaça encontro entre Trump e Putin

O presidente ucraniano Petro Poroshenko promulgou nesta quarta-feira a lei marcial em seu país, em plena escalada de tensão com Moscou, e que pode provocar o cancelamento de um encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin

AFP
28/11/2018 às 12:10.
Atualizado em 05/04/2022 às 23:36

O presidente ucraniano Petro Poroshenko promulgou nesta quarta-feira a lei marcial em seu país, em plena escalada de tensão com Moscou, e que pode provocar o cancelamento de um encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin.Esta manhã, "o presidente Poroshenko assinou a lei" votada na segunda-feira pelo Parlamento, anunciou um porta-voz, Sviatoslav Tsegolko. As condições da aplicação da lei marcial ainda não foram esclarecidas, mas foi introduzida por 30 dias em dez regiões fronteiriças e costeiras.Inédita, essa medida foi tomada em resposta à apreensão pela Guarda Costeira russa de três navios da Marinha ucraniana no domingo no Mar Negro, ao longo da costa da península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rssia em 2014.Trata-se do primeiro confronto militar aberto entre Moscou e Kiev desde esta anexação e o início, no mesmo ano, de um conflito armado no leste da Ucrânia entre as forças ucranianas e separatistas pró-russos que já fez mais de 10.000 mortos.Nesta quarta, o presidente Putin declarou que as forças russas cumpriram seu dever "perfeitamente, com precisão", afirmando que as tripulações ucranianas não responderam às advertências russas.No dia anterior à noite, Poroshenko acusou a Rússia de reforçar drasticamente sua presença militar na fronteira ucraniana, alertando para a "ameaça de uma guerra" com seu poderoso vizinho.Em paralelo, Donald Trump ameaçou cancelar o encontro previsto para o final de semana com Vladimir Putin durante a cúpula do G20 na Argentina."Eu não gosto desta agressão. Eu não quero agressões", insistiu o presidente americano, muitas vezes acusado de ser muito complacente com Moscou, e entrevista ao Washington Post.O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, assegurou nesta quarta que a preparação do encontro continua, acrescentando "não ter informações" da parte americana.Este novo episódio de tensão também esteve no centro de conversas nesta quarta por telefone entre o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e seus colegas russo e ucraniano. Erdogan e Putin trocaram ideias sobre "a estabilidade e a segurança no Mar Negro", declarou o Kremlin em um comunicado.Por sua vez, Poroshenko "pediu ao presidente turco que aumente a pressão sobre a Rússia em vista da libertação dos marinheiros e navios ucranianos", segundo a presidência ucraniana.Acusados de cruzar ilegalmente a fronteira russa, quinze marinheiros ucranianos, dos 24 detidos no domingo, foram colocados em prisão provisória até 25 de janeiros. Os demais serão apresentando à justiça nesta quarta.- Caráter "preventivo" -"Devemos todos estar prontos para repelir a agressão de nosso inimigo que, até pouco tempo, era apenas nosso vizinho", declarou nesta quarta-feira o chefe do governo ucraniano, Volodymyr Groisman, ao abrir o Conselho de ministros.Diante das inquietações, as autoridades ucranianas asseguraram que a lei marcial, que torna possível mobilizar os cidadãos, controlar os meios de comunicação e limitar os encontros públicos, é essencialmente "preventiva"."O objetivo da lei marcial é mostrar que o inimigo vai pagar caro se decidir nos atacar. Esta será uma ducha fria que vai parar os loucos que pretendem atacar a Ucrânia", disse na terça-feira à noite o presidente Poroshenko.Ainda há dúvidas sobre a entrada em vigor da lei marcial, com algumas estruturas oficiais ucranianas mencionando esta quarta-feira e outras afirmando que ela entrou em vigor na segunda.O porta-voz da presidência não estava disponível para esclarecer esta situação e o ministério da Defesa deve realizar uma coletiva de imprensa esta tarde para explicar como a lei marcial será aplicada nas forças armadas.Os navios ucranianos apreendidos tentavam chegar ao Mar de Azov através do estreito de Kerch, controlado pela Rússia.Nesta quarta, o coronel russo Vadim Astafiev, porta-voz do distrito militar do sul da Rússia, informou que seu país pretende instalar um novo sistema de mísseis antiaéreo S-400 na Crimeia."Num futuro próximo, o sistema de mísseis antiaéreos será colocado em posição de combate para proteger o espaço aéreo da federação russa", declarou, segundo a agência de notícias Interfax.bur-ant/tbm/bds/mr

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