Museu Nacional

Laudo aponta falha em instalação de ar-condicionado

A causa mais provável para o início do fogo foi um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado instalado no auditório no térreo da edificação

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
04/04/2019 às 16:45.
Atualizado em 04/04/2022 às 10:50

 A Polícia Federal (PF) apresentou na manhã desta quinta-feira, 4, o laudo sobre a investigação do incêndio no Museu Nacional, ocorrido em setembro do ano passado e que consumiu a maior parte do acervo de 12 mil peças da instituição localizada na Quinta da Boa Vista, no Rio. Como antecipado pelo jornal O Estado de S. Paulo no mês passado, a causa mais provável para o início do fogo foi um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado instalado no auditório no térreo da edificação. A conclusão dos peritos servirá para embasar inquérito da PF para apontar possíveis responsáveis, que poderão responder criminalmente. Nos dias que se seguiram ao incêndio, uma equipe formada por sete peritos - três especializados em incêndio, dois em local de crime e dois em audiovisual e fotogrametria - atuaram diretamente no museu para colher evidências, além de outros que trabalharam posteriormente para análise do material. Foi descartado incêndio criminoso ou mesmo a queda de um balão, sendo que "a causa mais provável", segundo a PF, foi um curto-circuito num ar-condicionado. O aparelho estaria funcionando sem respeitar as normas do fabricante. Segundo os peritos, nem todas as câmeras de monitoramento do museu estavam funcionando, sendo que nenhuma delas registrou o foco inicial do incêndio. Mas imagens captadas por alguns dos equipamentos e outras feitas por câmeras externas ou mesmo fotografias postadas na internet permitiram que os investigadores estudassem a dinâmica do fogo, concluindo que ele se iniciou no auditório localizado no térreo. O local possuía equipamentos de som, projetor de imagem e três aparelhos de ar-condicionado. E foi em um deles que, segundo os peritos, o incêndio se iniciou. De acordo com os técnicos, o aparelho tinha "deficiências na instalação". "A gente não conseguiu identificar uma causa única, foram várias situações", disse o perito Marco Antônio Zatta. "Deveria ter um disjuntor para cada ar-condicionado. Havia um para os três. Não estava seguindo a recomendação do fabricante", pontuou. "A questão do aterramento é outro motivo. Ele havia sido feito na parte externa, mas não na interna. Foi feito pela metade." A partir da conclusão dos peritos, a Polícia Federal tentará apontar os responsáveis. Eles poderão responder por incêndio culposo ou até mesmo doloso, mas não há previsão para conclusão do inquérito. "Ainda temos diligências em andamento", limitou-se a dizer o delegado Paulo Teles.

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