Com expectativa de durar ao menos até sexta-feira, começa nesta segunda-feira, 18, o júri da maior chacina da história de São Paulo, no Fórum Criminal de Osasco
Júri da maior chacina de SP começa nesta segunda (Divulgação)
Com expectativa de durar ao menos até sexta-feira, começa nesta segunda-feira, 18, o júri da maior chacina da história de São Paulo, no Fórum Criminal de Osasco. No banco dos réus estarão dois PMs acusados de matar 17 pessoas e ferir outras 7 em agosto de 2015, na Grande São Paulo. Um GCM também responderá por 11 dos assassinatos. Os três se declaram inocentes, mas, se o Conselho de Sentença decidir condená-los, as penas podem chegar a 300 anos de prisão. Na denúncia, o promotor Marcelo Alexandre de Oliveira diz que os PMs Fabrício Emannuel Eleutério e Thiago Barbosa Henklain agiram em conjunto com o GCM Sérgio Manhanhã. "Integraram verdadeira organização paramilitar, milícia particular, grupo e esquadrão com finalidade de praticar crimes." O outro preso, o PM Victor Cristilder, só irá a júri depois, pois seu processo foi desmembrado. O réu, que também nega participação, já foi inocentado de uma espécie de "pré-chacina" ocorrida em Carapicuíba. Foram arroladas 40 testemunhas, entre defesa e acusação. Entre os incluídos para depor estão policiais, familiares de vítimas e sobreviventes. Para o promotor, há indícios suficientes para condenação. Eleutério foi reconhecido por uma testemunha. Vizinhos teriam flagrado uma discussão entre Henklain e a mulher, após ela reconhecê-lo em imagens do crime transmitidas na TV. Já Manhanhã trocou um "joinha" com um PM na hora da chacina. Defesa As defesas alegam que o conjunto probatório é "frágil". Advogada de Eleutério, Flávia Artilheiro diz ter provas de que o cliente estava a 7 quilômetros das cenas dos crimes. Advogado de Henklain, Fernando Capano afirma que ninguém viu a "suposta briga". O defensor do GCM Manhanhã, Abelardo da Rocha, por sua vez, diz que o "joinha" era referência ao empréstimo de um livro Outro ponto que anima os defensores é que a promotoria não conseguiu individualizar a conduta dos réus, ou seja, não indicou, por exemplo, qual deles atirou em quem ou qual foi a atuação de cada um deles. Por nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que cerca de cem pessoas foram ouvidas pela força-tarefa montada na época. Após investigações, seis PMs foram indiciados, mas a Justiça negou denúncia contra três. Todos respondem a processo demissório.