Cristina é suspeita de "cooperação" ou "no mínimo cumplicidade" nos negócios ilegais do marido
Rei da Espanha Juan Carlos e sua filha, a princesa investigada, Cristina (France Press)
O depoimento a um juiz da infanta Cristina, filha do rei da Espanha, previsto para 27 de abril, foi suspenso nesta sexta-feira (5), enquanto a justiça estuda um recurso apresentado pela promotoria anticorrupção, anunciou o tribunal.
O juiz José Castro, de Palma de Malhorca, que havia indiciado a infanta na investigação por suposta corrupção aberta contra seu marido Iñaki Urdangarin, considerou "que não procede manter a data".
A promotoria anticorrupção, que não concorda com a decisão do juiz de investigar a filha mais nova do rei Juan Carlos por considera uma "falta absoluta de indício" de crime, apresentou um recurso nesta sexta-feira e pediu a suspensão da audiência.
"Uma vez resolvido o recurso, se o teor de seu conteúdo permitir, se apontaria um novo dia e horário" para que Cristina, de 47 anos e sétima na linha de sucessão ao trono, apresente depoimento, afirma o tribunal em um comunicado.
Com a afirmação de que está baseada no "princípio de igualdade ante a lei", a promotoria argumenta, segundo o texto do recurso, que "o indiciamento de uma pessoa de fatos que, a priori, não apresentam traços delitivos supõe, no mínimo, um tratamento discriminatório".
O magistrado, responsável desde dezembro de 2011 pela investigação sobre Urdangarin, suspeito de desvio de milhões de euros de dinheiro público, incluiu na quarta-feira a infanta no caso, em um duro golpe para a imagem da monarquia.
Cristina é suspeita, segundo o juiz, de "cooperação" ou "no mínimo cumplicidade" nos negócios do marido, segundo o juiz. Os argumentos, no entanto, foram contestados pela promotoria.