com emirados árabes

Israel assina acordo de paz histórico

Tratado com os Emirados Árabes suspende plano israelense de anexação de áreas na Cisjordânia

Agência Brasil
14/08/2020 às 08:54.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:26
Trump durante o anúncio, no Salão Oval, do acordo árabe-israelense: sinalização de paz em região de conflitos (Getty Images/AFP)

Trump durante o anúncio, no Salão Oval, do acordo árabe-israelense: sinalização de paz em região de conflitos (Getty Images/AFP)

Israel e os Emirados Árabes Unidos chegaram a um acordo de paz histórico ontem, que levará a uma normalização total das relações diplomáticas entre as duas nações do Oriente Médio, em um pacto que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudou a intermediar. Sob o acordo, Israel concordou em suspender a aplicação de soberania a áreas da Cisjordânia que vinha discutindo anexar, disseram autoridades da Casa Branca. O acordo de paz foi produto de longas discussões entre Israel, Emirados Árabes e EUA, que se aceleraram recentemente, afirmaram as autoridades da Casa Branca. O pacto foi selado em um telefonema nesta quinta-feira entre Trump, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o xeique Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi. “Enorme avanço hoje! Acordo de paz histórico entre nossos dois grandes amigos, Israel e os Emirados Árabes Unidos”, escreveu Trump no Twitter. No Salão Oval da Casa Branca, Trump disse que as conversas entre os dois líderes foram tensas em alguns momentos e que acordos semelhantes estão sendo debatidos com outros países da região. Uma cerimônia de assinatura que contará com delegados de Israel e dos Emirados Árabes Unidos será realizada na Casa Branca nas próximas semanas, acrescentou Trump. “Todos disseram que isto seria impossível”, disse Trump. “Depois de 49 anos, Israel e os Emirados Árabes Unidos normalizarão totalmente suas relações diplomáticas. Eles compartilham embaixadas e embaixadores e iniciam a cooperação através da fronteira”. As autoridades norte-americanas descreveram o pacto, que ficará conhecido como Acordos de Abraão, como o primeiro do tipo desde que Israel e a Jordânia assinaram um tratado de paz em 1994. O acordo também dá um trunfo de política externa a Trump em meio à sua busca pela reeleição no dia 3 de novembro. Em seu primeiro comentário sobre o acordo, Netanyahu disse no Twitter que se trata de “um dia histórico para o Estado de Israel”. Por sua vez, o príncipe herdeiro de Abu Dhabi disse no Twitter que um acordo foi acertado e que impedirá uma nova anexação israelense de territórios palestinos. “Durante um telefonema com o presidente Trump e o primeiro-ministro Netanyahu, um acordo foi acertado para deter uma nova anexação israelense de territórios palestinos. Os Emirados Árabes Unidos e Israel também acertaram uma cooperação e a criação de um roteiro para o estabelecimento de um relacionamento bilateral”, disse. Um comunicado conjunto emitido pelas três nações informou que os três líderes “concordaram com a normalização total das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos”. “Este avanço diplomático histórico fomentará a paz na região do Oriente Médio e é um testemunho da diplomacia e da visão ousadas dos três líderes e da coragem dos Emirados Árabes Unidos e de Israel para traçar um novo caminho que desencadeará o grande potencial da região”, registra o documento. “Traição” A Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, classificou o acordo para normalizar as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos como uma "traição" à causa palestina e convocou uma reunião de emergência da Liga Árabe.  "A liderança palestina rejeita o que os Emirados Árabes Unidos fizeram. É uma traição a Jerusalém e à causa palestina", disse a liderança palestina em um comunicado. Tratado é o 3º assinado com um país árabe "Os Emirados vão investir somas significativas em Israel (...) É uma abertura para a paz na região", disse o chefe de governo, xeque Ben Zayed, celebrando o terceiro acordo que Israel assina com um país árabe, depois do alcançado com o Egito e a Jordânia. "Em 1979, (Menachem) Begin assinou a paz com o Egito, em 1994 (isaac) Rabin firmou com a Jordânia e tenho a honra de assinar o terceiro acordo de paz com um país árabe em 2020. Este é um verdadeiro acordo de paz, não um slogan ", acrescentou Netanyahu. A normalização das relações entre Israel e os Emirados fazia parte de um plano de Trump para o Oriente Médio que também previa a anexação do Vale do Jordão e assentamentos na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel. O projeto foi categoricamente rejeitado pelos palestinos e criticado por grande parte da comunidade internacional.  O governo de Netanyahu anunciaria seu plano de anexação que não aconteceu até agora. (com AFP)

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