Inspetores denunciam substância para fabricar gás sarin

Os inspetores da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) descobriram vestígios de elementos comumente usados na fabricação de gás sarin e de gás VX, em um local não declarado na Síria - segundo documento da União Europeia, ao qual a AFP teve acesso.Em reunião a portas fechadas na quinta-feira (7), o representante permanente da Letônia na Opaq, Maris Klisans, disse aos delegados da organização que a UE tinha algumas "preocupações" em relação à questão das armas químicas na Síria.Ele relata que, "no alto da lista" de preocupações da UE, está a "descoberta recente", por parte dos inspetores da Opaq, de "vestígios de precursores de VX e de sarin em um sítio, ao qual eles não tinham autorização de acesso"."A União Europeia se preocupa, particularmente, diante do que acaba de ser dito, com o fato de que a Síria possa manter equipamentos de armas químicas, ou agentes de armas químicas não declaradas", acrescentou Klisans, nessa declaração dada em nome dos 28 Estados-membros.O porta-voz da Opaq, Peter Sawczak, não quis comentar o assunto.Após um ataque com gás sarin em agosto de 2013, perto de Damasco, denunciado por vários países da comunidade internacional, o regime sírio aceitou desmantelar seu arsenal químico.A organização concluiu que gás do cloro havia sido usado, repetida e sistematicamente, como arma química na Síria. A Opaq não responsabilizou nem o regime, nem a oposição armada pelo uso da substância. Ambos os lados trocam acusações nesse sentido.Na quarta-feira (6), os Estados Unidos propuseram a seus parceiros no Conselho de Segurança da ONU de lançar uma investigação para determinar o responsável por esses ataques.