Os dois australianos estão entre os 10 condenados à morte que serão fuzilados em breve, um grupo que inclui réus do Brasil, França, Filipinas, Nigéria e Gana
Australiano condenado a morte é escoltado por policiais na Indonésia (France Press)
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, denunciou nesta sexta-feira (6) o tratamento dado a dois compatriotas condenados à pena de morte na Indonésia, após a divulgação de fotos que mostram os policiais da escolta ao lado dos réus com um sorriso."Considero que (as imagens) são inconvenientes e mostram uma falta de respeito e de dignidade. Manifestamos nossa indignação ao embaixador indonésio aqui em Canberra", declarou Abbott.Andrew Chan e Myuran Sukumaran, condenados à pena capital em 2006 por comandarem uma rede de tráfico de heroína entre Indonésia e Austrália, foram transferidos na quarta-feira para a ilha de Nusakambangan, o que significa que a execução é iminente.Os dois australianos estão entre os 10 condenados à morte que serão fuzilados em breve, um grupo que inclui réus do Brasil, França, Filipinas, Nigéria e Gana.A Austrália, que afirma estar consternada com o procedimento de segurança e indignada pelas fotos feitas no avião que transportava os prisioneiros, tentou como última medida uma troca de prisioneiros com a Indonésia, mas Jacarta rejeitou a proposta.Uma vez em Nusakambangan os condenados devem ser notificados da execução em um prazo de 72 horas, mas as autoridades indonésias informaram que as execuções não acontecerão esta semana.Assim como a Austrália, Brasil e França intensificaram a pressão sobre Jacarta. Paris convocou o embaixador da Indonésia na França em 17 de fevereiro e a presidente Dilma Rousseff não recebeu as credenciais do embaixador indonésio.O brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, condenado à morte por entrar no país com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf, está preso na Indonésia desde 2004 e sua família tenta provar às autoridades que sofre de esquizofrenia para evitar o fuzilamento, com a transferência para um centro psiquiátrico.No dia 18 de janeiro, a Indonésia executou o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, um holandês, um vietnamita, um malauiano e um nigeriano. As primeiras execuções no país desde 2013 provocaram uma onda de indignação internacional.