coronavírus

Índia supera marca de 50 mil mortes

Espalhando pelo interior, com frágil sistema de saúde, doença avança no 3º país mais populoso

France Press
18/08/2020 às 10:11.
Atualizado em 28/03/2022 às 18:44
Jovem devoto do deus Shiva com máscara improvisada em Delhi, capital da Índia, que ultrapassou 50 mil mortes (Dibyangshu Sarkar/AFP)

Jovem devoto do deus Shiva com máscara improvisada em Delhi, capital da Índia, que ultrapassou 50 mil mortes (Dibyangshu Sarkar/AFP)

A Índia ultrapassou, ontem, 50.000 mortes em decorrência da pandemia de coronavírus, cujos efeitos em nível planetário não cessam, como evidenciado pelo adiamento das eleições na Nova Zelândia. O coronavírus tirou a vida de mais de 770.000 pessoas no mundo e infectou mais de 21,7 milhões.  Nos últimos sete dias, quase metade das mortes ocorreu na América Latina e no Caribe, onde mais de 241.000 mortes foram registradas desde o início da pandemia e 6,17 milhões de casos, segundo balanço da AFP. Outro lugar do mundo onde a pandemia vem crescendo significativamente é a Índia, que ontem ultrapassou a barreira simbólica de 50 mil mortes por esse vírus que se espalha em pequenas cidades, vilas e áreas rurais onde predomina uma forte estigmatização dos doentes e cujos sistemas de saúde são frágeis. A Índia superou o Reino Unido no quarto lugar em número de mortes na semana passada, atrás de Estados Unidos, Brasil e México, e nesta segunda-feira 941 novas vítimas fatais foram anunciadas, segundo dados oficiais. O segundo país mais populoso do planeta, com 1,3 bilhão de habitantes, já é o terceiro com o maior número de infectados, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, com 2,65 milhões de casos.  Apesar do aumento de mortes, o ministério da Saúde da Índia tuitou no domingo que a letalidade do vírus é uma das "menores do mundo", abaixo de 2%. De acordo com o portal Worldometer, os EUA (170.000 mortos) têm uma letalidade de 3,11%, enquanto para o Brasil (107.000) é de 3,22%. Na Europa, duramente atingida pelo vírus no início do ano, especialmente em países como Espanha e Itália, os esforços se concentram em como evitar uma segunda onda mortífera. Recidiva espanhola A Espanha, país mais infectado da Europa, registrou mais de 16 mil novos infectados por coronavírus desde sexta-feira, informou o Ministério da Saúde, quando algumas regiões como as Ilhas Baleares e o País Basco endureceram as já severas medidas decretadas pelo governo central, como fechar boates e restringir o fumo nas ruas. Os números indicam um total de 359.082 infectados pelo vírus na Espanha, 16.269 a mais do que no último balanço da sexta-feira. Sua taxa de contágio foi de 115 casos por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas, bem acima dos 45 na França, 19 no Reino Unido e 16 em Alemanha. Por sua vez, a Nova Zelândia, que ficou 102 dias sem casos de transmissão local, viu o coronavírus reaparecer na semana passada em Auckland, causando o confinamento da cidade, e nesta segunda-feira sua primeira-ministra anunciou o adiamento por quatro semanas das eleições legislativas marcadas para setembro. Diante de um vírus que não dá trégua, a esperança passa por uma vacina. O Equador, um dos países latino-americanos mais afetados pela pandemia com mais de 100.000 casos, expressou seu interesse em fabricar a vacina. Argentina e México anunciaram na semana passada um acordo para produzir a vacina do laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.  A evolução da anunciada Sputnik V, a vacina da Rússia, também mantém o mundo em suspense, embora com ceticismo por parte do Ocidente, que avança em vários projetos próprios. A exceção é o Brasil, que além de mais de 107 mil óbitos tem mais de 3,34 milhões de casos, e segue um caminho diversificado, com acordos que incluem a vacina russa. Na América Latina, o país mais afetado atrás do Brasil é o Peru, que no domingo bateu seu recorde pelo segundo dia consecutivo com 10.143 novos casos em 24 horas e 206 mortes, para um total de 535.946 casos e 26.281 óbitos. Em seguida, vem o México (522.162 infectados e 56.757 mortos), cujo governo declarou 30 dias de luto nacional a partir deste fim de semana.  A Colômbia tem visto a taxa de transmissão do coronavírus disparar e já se aproxima das 500.000 infecções.  O impacto da pandemia também se reflete na Argentina, onde o governo estendeu o isolamento social de 148 dias até o final de agosto. Japão entra na pior recessão de sua história O PIB do Japão caiu 7,8% entre abril e junho em comparação com o primeiro trimestre, devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus, um resultado negativo histórico, que se soma aos dos trimestres anteriores. A contração de 7,8% no segundo trimestre, de acordo com dados preliminares divulgados ontem pelo governo japonês, foi a terceira seguida, após as registradas no primeiro trimestre (-0,6%) e nos últimos três meses de 2019 (-1,9%), que levaram a terceira maior economia do mundo à recessão. Esta é a primeira recessão do Japão desde 2015, definida por uma contração da economia durante dois trimestres consecutivos. Também é a queda mais expressiva do PIB japonês desde o início do registro dos dados comparativos em 1980. A economia do arquipélago, que já estava em dificuldades no último trimestre de 2019, foi impactada pela pandemia nos primeiros três meses de 2020.

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