FOGO AVANÇA

Incêndios provocam novas evacuações no Canadá

Cerca de 8 mil pessoas tiveram que deixar os 20 acampamentos de empresas petroleiras na região florestal de Fort McMurray na província de Alberta

France Press
17/05/2016 às 19:30.
Atualizado em 23/04/2022 às 00:21
O fogo gigantesco de Fort McMurray já devastou cerca de 2.900 km2 de florestas (Cole Burston/France Press)

O fogo gigantesco de Fort McMurray já devastou cerca de 2.900 km2 de florestas (Cole Burston/France Press)

Os incêndios florestais na província de Alberta, no oeste do Canadá, continuam a avançar nesta terça-feira (17), destruindo um alojamento para trabalhadores de empresas petroleiras, ameaçando outros acampamentos e obrigando as autoridades a realizarem novas evacuações na região de Fort McMurray, segundo as autoridades. Cerca de 8 mil pessoas em 20 acampamentos de empresas petroleiras, enormes urbanizações de casas pré-fabricadas a cerca de 50 km ao norte da cidade, foram evacuadas entre a noite de segunda-feira (16) e a manhã desta terça, enquanto o fogo se espalha e se intensifica, disse a primeira-ministra de Alberta, Rachel Notley, em uma coletiva de imprensa. "Esperamos que o fogo aumente em muitos desses acampamentos hoje (terça)", disse Notley. A ordem de evacuação obrigatória dos acampamentos foi feita na segunda às 22h locais (1h de terça em Brasília), quando ventos do oeste espalharam os incêndios florestais até as proximidades das instalações petroleiras. Na manhã desta terça, milhares de empregados de companhias petroleiras e empresas de serviços que operam nos acampamentos do setor continuavam sendo evacuados para o norte devido ao bloqueio da estrada 63, que leva ao sul. O maior grupo petroleiro canadense, Suncor, interrompeu as operações nas suas instalações da zona atingida após a ordem de evacuação, pela segunda vez desde o início da crise dos incêndios florestais. Em Fort McMurray, duas explosões provocaram danos em 10 casas, mas o fogo foi rapidamente apagado e ninguém ficou ferido. O serviço de incêndios de Alberta combate atualmente 19 focos ativos de incêndio na província - oito dos quais surgiram nas últimas 24 horas -, sendo que cinco deles estão fora de controle, apesar de estarem sendo combatidos por cerca de 2 mil bombeiros. O maior deles, na cidade de Fort McMurray e no seu entorno, já atinge cerca de 355 mil hectares, o que representa "um aumento significativo em relação a ontem (segunda)", disse Notley. No total, cerca de 100 mil pessoas já abandonaram a região em torno de Fort McMurray desde o início dos incêndios, há cerca de duas semanas. Fumaça densa O incêndio mais impressionante, pela sua força e pela rapidez com que avança, continua sendo o da cidade de Fort McMurray, no qual estão trabalhando mais da metade dos bombeiros para evitar que as chamas se espalhem para as instalações e campos petroleiros. Após avançar em direção ao leste, o incêndio que começou em 1º de maio na fronteira de Fort McMurray se encontra agora a escassos 10 km da fronteira com a província vizinha de Saskatchewan. O fogo gigantesco de Fort McMurray já devastou cerca de 2.900 km2 de florestas, alimentado pelo clima quente e seco e pelos ventos de, em média, 40 km/h. A primeira-ministra de Alberta, Rachel Notley, se referiu, na segunda, às difíceis e perigosas condições em toda a zona, com fogos intensos que produzem fumaças densas que cobrem toda a cidade, dificultando os trabalhos de restabelecimento das redes de água e gás e de reparação da infraestrutura de Fort McMurray. A qualidade do ar na região devido à fumaça continua mais de três vezes acima dos níveis aceitáveis, representando um risco para bombeiros e atrasando o retorno de milhares de moradores. O comitê de crise do governo teve que modificar a data de retorno dos evacuados, estimando que acontecerá "nos próximos dias", mas alertando que isso depende de que "o fogo deixe de representar um perigo imediato" para a população. O agravamento da situação nesta terça em Fort McMurray teve consequências significativas na atividade econômica. Segundo as previsões do Conference Board do Canadá, a produção petroleira foi reduzida em 1,2 milhão de barris por dia, o que representa uma perda de um bilhão de dólares em royalties para os cofres públicos.

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