Agrishow

IAC lança novo tipo de feijão preto

O IAC Veloz tem ciclo de 75 dias, o que deve contribuir para a rotação de culturas

Beatriz Maineti/Especial para a AAN
13/05/2018 às 15:32.
Atualizado em 28/04/2022 às 08:34
O IAC lançou um novo tipo de feijão preto: "Com potencial produtivo de 2.800 quilos por hectare, é possível produzir de 45 a 50 sacas por hectare para atender a demanda da Camil" (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)

O IAC lançou um novo tipo de feijão preto: "Com potencial produtivo de 2.800 quilos por hectare, é possível produzir de 45 a 50 sacas por hectare para atender a demanda da Camil" (Thomaz Marostegan/Especial para a AAN)

O Instituto Agronômico (IAC) lançou um novo tipo de feijão preto precoce na Agrishow 2018, que aconteceu de 30 de abril a 4 de maio, em Ribeirão Preto. O novo feijão, chamado de IAC Veloz, tem ciclo de 75 dias, o que deve contribuir para o cultivo em regiões onde acontece a rotação de cultura do feijão com soja e milho. Entre as regiões, estão, por exemplo, Mato Grosso e Paraná, onde, respectivamente, o IAC Veloz apresentou ciclo de 75 e 80 dias. O período de ciclo consiste no tempo em que o grão permanece no solo, e o pouco tempo de permanência pode contribuir, também, para campos onde haja uso de irrigação. Segundo o pesquisador do IAC Alisson Fernando Chiorato, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o ciclos são, geralmente, de 90 dias, e a redução de um ciclo “aumenta a janela de semeadura e de colheita, beneficiando o agricultor”. Além do ciclo mais curto, o Veloz possui alta produtividade, chegando a média de 2.725 quilos por hectare em período de semeadura das águas, 2.012 quilos no período de seca e 3.035 quilos no inverno, de acordo com o pesquisador. Em relação a sua aparência, o IAC Veloz não foge ao comum. “O grão é preto achocolatado, exatamente como o mercado precisa que seja”, afirma Chiorato.  Em relação ao consumo do IAC Veloz, o grão se mantém inteiro após o cozimento, e tem a casca fina, de acordo com o pesquisador. Além disso, o valor percentual de proteína da nova cultivar chega a 21%, aumentando seus benefícios a quem o consome. Para o produtor, o grão é resistente à antracnose, infecção da planta por agentes etiológicos, e tolerante à murcha de fusarium, doença causada em regiões onde o tomateiro é cultivado, o que diminui o controle químico da produção em cerca de 20%. A planta, com porte ereto, facilita a colheita mecânica. O feijão preto, atualmente, é produzido no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, e seu mercado de consumidores se estende até Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em São Paulo, o grão é mais usado em ocasiões mais específicas, como a confecção de feijoadas. O instituto já desenvolveu mais de dez cultivares de feijão preto, e atualmente mantém a IAC Netuno, lançado no final de 2017 e cultivada na Bahia, onde há 4 mil hectares plantados, além do Paraná e Santa Catarina, além começar a ser plantada em Holambra, e agora disponibilizará o IAC Veloz, que está em fase de produção no IAC, em Campinas, e estará disponível no final de 2018. Para incentivar o cultivo do grão nas lavouras paulistas, o instituto está buscando parcerias. Entre elas, a parceria com a Camil Alimentos e a MIAC Máquinas Agrícolas está direcionada a reunir produtores do Vale do Paraíba interessados em cultivar o feijão preto. Nessa colaboração, a Camil se compromete a comprar o produto, mas exige uma produção de 20 mil sacas, enquanto o IAC fornece as sementes e a MIAC oferece o maquinário e implementos gratuitamente aos participantes do projeto. “Com potencial produtivo de 2.800 quilos por hectare, é possível produzir de 45 a 50 sacas por hectare para atender a demanda da Camil”, explica Chiorato. A identificação dos agricultores interessados em fazer parte da atividade será feita pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) do Vale do Paraíba.

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