BALANÇO

Hong Kong também reabre o mercado para carne brasileira

Juntamente com a China, que retirou a suspensão imposta às carnes brasileiras no sábado, Hong Kong representou no ano passado 33,57% do faturamento com exportações

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
28/03/2017 às 20:03.
Atualizado em 22/04/2022 às 19:47
Vytenis Andriukaitis (à esq.), representante europeu, e Blairo Maggi durante reunião, ontem, em Brasília (Evaristo Sa/AFP)

Vytenis Andriukaitis (à esq.), representante europeu, e Blairo Maggi durante reunião, ontem, em Brasília (Evaristo Sa/AFP)

Após o anúncio na manhã desta terça-feira de que Hong Kong retomará as compras de proteína animal brasileira, com exceção da produzida pelos 21 frigoríficos investigados, o setor exportador de carne bovina no País pôde respirar aliviado. Embora a maior parte das unidades frigoríficas na alça de mira da Operação Carne Fraca, deflagrada no dia 17 pela Polícia Federal, trabalhe com carne de frango, o setor de bovinos foi um dos mais afetados com as restrições ao produto brasileiro no mercado externo. Juntamente com a China, que retirou a suspensão imposta às carnes brasileiras no sábado, Hong Kong representou no ano passado 33,57% do faturamento com exportações e 35,43% do volume embarcado, conforme dados compilados pela Associação das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Já os outros países que ainda mantêm o veto total às carnes brasileiras — incluindo suína e de frango —, que são 13 (Argélia, Jamaica, Trinidad e Tobago, Panamá, Catar, México, Bahamas, São Vicente e Granadinas, Granada, São Cristóvão e Nevis, Marrocos, Zimbábue e Santa Lúcia), não alcançam 2% do faturamento e 2% dos embarques de carne bovina brasileira. Ou seja, mesmo que mantenham o veto, devem influenciar pouco no volume e faturamento dos embarques a partir de agora. No ano passado, o Brasil exportou o equivalente a US$ 5,51 bilhões em carne bovina, com o embarque de 1,4 milhão de toneladas. Só Hong Kong absorveu 330,5 mil toneladas (23,6% do total exportado pelo Brasil), pagando por elas US$ 1,14 bilhão (20,76% do total faturado em 2016). Já a China comprou 165,7 mil toneladas (11,8%), com desembolso de US$ 706,2 milhões (12,8% do total), conforme a Abiec. Hong Kong é o terceiro maior importador de produtos bovinos brasileiros. Os 11 mercados de menor peso para os embarques brasileiros, acima citados, compraram em 2016 apenas 24,5 mil toneladas (1,74%) de carne bovina, resultando num desembolso de US$ 95,3 milhões (1,72% do total). Lembrando que México e Zimbábue não adquirem carne bovina brasileira, nem mesmo processada ou enlatada. Há, ainda, aqueles mercados que impuseram restrições apenas aos 21 frigoríficos investigados na Operação Carne Fraca. Embora os países que vetaram essas unidades estejam em importantes blocos importadores de carne bovina brasileira, o efeito também não deve ser tão prejudicial ao setor, já que boa parte das plantas não abate bovinos. Os demais países que mantêm o veto aos 21 frigoríficos são Japão, África do Sul, União Europeia, Suíça, Arábia Saudita, Canadá, Emirados Árabes Unidos, Vietnã, Peru e Bahrein. Após suspender por três dias a produção de carne bovina em 33 das 36 unidades da empresa no Brasil, a JBS reativou os abates nesta semana e agora avalia a retomada da capacidade produtiva, depois do fim dos bloqueios temporários de importadores como China, Chile, Egito e Hong Kong. Atualmente, as unidades operam com uma redução de 35% na sua capacidade de produção. Maior produtora de carnes do mundo, a JBS tem uma capacidade diária de abate de bovinos no Brasil estimada em cerca de 35 mil cabeças de gado, o equivalente a mais de 40% da produção brasileira.

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