Hamas afirma que levantou uma lista de familiares de inimigos da Palestina e "fontes secarão"
O movimento palestino Hamas, no poder na Faixa de Gaza, lançou uma campanha nesta terça-feira dando um prazo de um mês para que os "colaboradores" de Israel se arrependam. "Anunciamos a abertura da porta do arrependimento para os colaboradores restantes e todos aqueles que caíram na armadilha tecida pelos serviços de inteligência inimigo", declarou o porta-voz do ministério do Interior do governo do Hamas em Gaza, Islam Chahwane.
"Nós os exortamos a retornar ao seio de seu povo e de suas famílias", pediu o oficial do Hamas, que se expressou durante uma coletiva de imprensa, acrescentando que a oferta de clemência expira em 11 de abril.
"Esta campanha é uma mensagem que enviamos para o inimigo sionista para afirmar sua falha em termos de segurança e inteligência. As fontes de informação sobre nosso povo e nossa força em breve secarão", assegurou.
Um membro do Departamento de Segurança Interna em Gaza, Mohammad Lafi, disse por sua vez que os pacientes são submetidos a "chantagens para que espionem quando são transportados para tratamento em hospitais israelenses e da Cisjordânia".
O governo do Hamas trabalha "para listar as famílias de todos os colaboradores como o ministério dos Assuntos Sociais para assegurar uma pensão a fim que permaneçam protegidas", afirmou.
O Hamas havia anunciado em novembro a criação de uma comissão de investigação sobre as execuções ilegais de palestinos acusados de colaborar durante a operação israelenses realizada entre os dias 14 e 21 do mesmo mês contra a Faixa de Gaza.
Ao menos sete palestinos foram executados sumariamente. Alguns cadáveres foram exibidos pelas ruas de Gaza com mensagens assinadas pelo braço armado do Hamas reivindicando "execução dos traidores e criminosos".
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU (HCDH) condenou essas "execuções sumárias", ressaltando que as vítimas foram detidas pelo governo do Hamas antes das mortes.
O HCDH contabilizou a morte de "174 palestinos na Faixa de Gaza" durante a operação. Entre elas "168 morreram nas ações militares israelenses, incluindo 101 considerados civis".
Segundo um balanço estabelecido pela AFP com base em fontes médicas dos dois lados, 177 palestinos foram mortos, entre eles mais de uma centena de civis, assim como seis israelenses, quatro civis e dois militares.