Presidente sírio, Bashar al-Assap, é alvo de questionamentos sobre uso de armas químicas
O regime sírio rebateu neste sábado (8) para os rebeldes a acusação do possível uso de armas químicas no conflito, destacando que alguns jihadistas invadiram uma fábrica de gás tóxico.
Nos últimos dias, a comunidade internacional vinha advertindo o presidente sírio, Bashar al-Assad, de que não toleraria o uso de armas químicas para combater a rebelião.
Neste sábado, o Ministério sírio das Relações Exteriores reiterou que não recorrerá a essas armas, e advertiu que os rebeldes podem ser aqueles que as utilizarão.
Em cartas enviadas à ONU e citadas pela imprensa oficial, o ministério "adverte para a utilização por parte de grupos terroristas de armas químicas contra o povo sírio".
Além disso "lamenta a inoperância da comunidade internacional, depois que um grupo terrorista tomou o controle de uma fábrica particular de cloro tóxico no leste de Aleppo", no norte do país.
O ministério se referia à fábrica sírio-saudita SYSACCO, que produz soda cáustica e gás clorídrico, tomada nesta semana pelos jihadistas da Frente Al-Nusra, de acordo com moradores da área.
Nas mesmas cartas ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o regime sírio reitera que "nunca utilizará armas químicas, se é que existem".
A Rússia, aliada do regime de Assad, reconheceu implicitamente a existência dessas armas na Síria, afirmando que estavam "sob estrito controle".
Autoridades americanas haviam dito que o Exército sírio tinha carregado bombas com gás sarin, com o objetivo de soltá-las de aviões.
Na sexta-feira, Georges Sabra, chefe do Conselho Nacional Sírio (CNS), principal integrante da coalizão opositora síria, pediu ao mundo que atue "antes da catástrofe", que seria o uso de armas químicas por parte do governo Assad.
A Síria está mergulhada em um conflito desde 15 de março de 2011, que começou com uma revolta popular contra o poder e depois se militarizou em resposta à repressão do Exército.
Em quase 21 meses, a violência causou a morte de mais de 42.000 pessoas, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG síria com sede no Reino Unido.
Enquanto os esforços diplomáticos seguem sem apresentar uma solução para o conflito, a coalizão opositora anunciou que criará nos próximos dias um Conselho Militar Supremo para "unificar a ação militar", declarou seu secretário-geral.
"A ajuda material que obtivermos será fornecida exclusivamente a esse conselho" militar supremo, disse à AFP o secretário-geral da coalizão, Mustafa Sabbagh.
Segundo uma liderança da oposição, o general Selim Idris, que desertou em julho de 2012, será o chefe do novo Estado-Maior da insurgência.
Do novo conselho militar serão excluídos os grupos islamitas armados, como a Frente Al-Nusra, que se negou a integrar a coalizão opositora, indicou Sabbagh.