Pela manhã, houve troca de tiros entre militares leais ao governo e à oposição em Conacri, a capital do país. As fronteiras foram fechadas e o governo, dissolvido. A população foi orientada e ficar em casa, disse o coronel Mamady Doumbouya, um dos líderes do golpe
Condé estava no poder há 11 anos, desde que foi eleito nas primeiras eleições livres na Guiné em mais de meio século (CELLOU BINANI / AFP)
Tropas de elite do Exército da Guiné disseram ter detido o presidente Alpha Condé neste domingo, 5, em um golpe de estado. Pela manhã, houve troca de tiros entre militares leais ao governo e à oposição em Conacri, a capital do país. As fronteiras foram fechadas e o governo, dissolvido. A população foi orientada e ficar em casa, disse o coronel Mamady Doumbouya, um dos líderes do golpe.
Segundo ele, o presidente foi detido por "tripudiar com os direitos dos cidadãos" e desrespeito às regras democráticas. O país do oeste da África tem um histórico de golpes militares. "Decidimos, depois de prender o presidente, que atualmente está conosco (...), suprimir a Constituição em vigor, dissolver as instituições, e também o governo, assim como fechar fronteiras terrestres e aéreas", declarou.
Condé estava no poder há 11 anos, desde que foi eleito nas primeiras eleições livres na Guiné em mais de meio século. Sua tentativa de se candidatar a um terceiro mandato - algo proibido pela Constituição - despertou uma série de protestos.
Há meses o país, um dos mais pobres do mundo, apesar de suas consideráveis reservas minerais e hidrológicas, sofre profundas crises políticas e econômicas, agravadas pela pandemia da covid-19.
Em um comunicado, o Ministério da Defesa declarou que "os insurgentes espalharam o medo" em Conacri antes de tomarem o palácio presidencial, mas que "a guarda presidencial, apoiada por forças de defesa e segurança, leais e republicanos, contiveram a ameaça e repeliram o grupo agressor".
(com agências internacionais)