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Gilmar pede investigação do julgamento de estupro

Ministro do Supremo Tribunal considera ?estarrecedoras? imagens da audiência, em SC, que inocentou empresário

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
04/11/2020 às 10:56.
Atualizado em 27/03/2022 às 18:18
Mari Ferrer, horas antes do suposto crime de estupro em clube (Divulgação)

Mari Ferrer, horas antes do suposto crime de estupro em clube (Divulgação)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, publicou ontem uma mensagem no Twitter pedindo que órgãos de correição investiguem postura dos agentes envolvidos no julgamento da acusação de estupro de vulnerável de Mari Ferrer, em 2018, em Santa Catarina. Gilmar classificou como ‘estarrecedoras' as imagens da audiência da influenciadora. Nas gravações, divulgadas pelo site The Intercept, o advogado Claudio Gastão Filho, que representa o empresário André Camargo Aranha (absolvido do crime de estupro) chega a dizer que Mari tem como 'ganha pão a desgraça dos outros'. "O sistema de Justiça deve ser instrumento de acolhimento, jamais de tortura e humilhação. Os órgãos de correição devem apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos, inclusive daqueles que se omitiram", disse Gilmar Mendes. Em nota, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina informou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria-Geral da Justiça. O ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, disse que as imagens da audiência são ‘ultrajantes. "Especialistas em Direito Penal certamente falarão com propriedade sobre a tese do estupro culposo, que confesso desconhecer. O vídeo é aviltante e dá impressão de que não havia juiz presidindo a audiência ou promotor fiscalizando a lei. Havia?", disse. Na audiência, o advogado de defesa diz para Mari Ferrer: "Peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher que nem você. E não dá para dar o seu showzinho. Teu showzinho você vai lá dar no Instagram depois para ganhar mais seguidores. Mariana, vamos ser sinceros, fala a verdade. Tu trabalhava no café, perdeu o emprego, está com aluguel atrasado há sete meses, era uma desconhecida. Vive disso. É o seu ganha pão a desgraça dos outros. Manipular essa história de virgem". O juiz da audiência diz que se tratavam de ‘alegações', mas não impede a fala do advogado. Na sentença que absolveu o empresário da acusação de estupro de vulnerável, Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, escreveu: "As provas acerca da autoria delitiva são conflitantes em si, não há como impor ao acusado a responsabilidade penal, pois, repetindo antigo dito liberal, ‘melhor absolver 100 culpados do que condenar um inocente'".

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