INTERNACIONAL

Fundo Global quer acelerar luta contra a aids, a tuberculose e a malária

A luta contra a aids, a tuberculose e a malária deve ser intensificada se a comunidade internacional quiser cumprir seu objetivo de acabar com essas três pandemias até 2030, advertiu o chefe do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária

AFP
07/02/2019 às 10:00.
Atualizado em 05/04/2022 às 09:07

A luta contra a aids, a tuberculose e a malária deve ser intensificada se a comunidade internacional quiser cumprir seu objetivo de acabar com essas três pandemias até 2030, advertiu o chefe do Fundo Global de Luta contra Aids, Tuberculose e Malária."Para dizer francamente, não estamos numa boa trajetória para cumprir esta ambição", declarou Peter Sands, diretor executivo do Fundo Global, durante um encontro com jornalistas em Nova Délhi.A capital indiana acolhe nesta sexta-feira (8) uma reunião preparatória para a próxima conferência trienal do Fundo Mundial, que acontecerá em Lyon (França), em outubro.Em seu combate contra essas três doenças emblemáticas, o planeta registrou importantes vitórias.O número de mortes ligadas à aids e à tuberculose diminuiu pela metade desde o início do século. A tuberculose, atualmente a doença infecciosa mais mortal com 1,3 milhão de mortes por ano (excluindo co-infecções pelo HIV), causando em 2016 cerca de 20% de mortes a menos que em 2000.Mas esses avanços continuam muito modestos tendo em vista o objetivo de erradicação dessas epidemias até 2030, fixado pela ONU: "Se compararmos a curva em termos de novas infecções e mortes em relação àquela que deveríamos ter, devemos acelerar o passo", alerta Peter Sands, 57 anos, que assumiu a liderança da organização no ano passado.Os riscos de descaso das autoridades sanitárias, a estagnação das despesas de ajuda internacional alocada à saúde e o desenvolvimento de doenças resistentes aos medicamentos poderiam afetar os avanços realizados e fazem temer um crescimento das epidemias.- Refrigerante e medicamentos -Criado em 2002 como um parceria entre poderes públicos, sociedade civil, setor privado e doentes, o Fundo Mundial teme, em particular, casos de tuberculose resistentes aos antimicrobianos, estimados em 600.000 em todo o mundo.A tuberculose multirresistente, com uma taxa de mortalidade de 50% comparável à do ebola, é diagnosticada em apenas um quarto dos casos e é extremamente difícil de conter e tratar. "Se você pensar em ameaças à segurança sanitária global, aqui a luz vermelha deve acender", diz Sands.Neste contexto, o Fundo Mundial pretende captar US$ 14 bilhões para o período 2020-2022, US$ 1,8 bilhão a mais que o montante arrecadado para 2017-2019. Um orçamento que as ONGs criticam como claramente insuficiente.Em sua ação, a organização tem a tarefa de formar parcerias com empresas privadas que vão além da doação, especialmente na África Subsaariana, onde estão concentrados dois terços dos investimentos do Fundo Mundial.A multinacional Unilever utiliza assim a reputação de seus produtos higiênicos da marca Dove para a prevenção do HIV entre os adolescentes e mulheres jovens na África do Sul, populações mais vulneráveis ao vírus.Em vários países africanos, o Fundo Mundial também usa o poder e a experiência da rede de distribuição da gigante de bebidas Coca-Cola para levar remédios a clínicas isoladas."Em lugares remotos na maioria dos países, você pode encontrar uma Coca-Cola, não é? Utilizar seus caminhões, sua cadeia de fornecimento nos ajuda a transportar medicamentos para lugares onde as pessoas precisam deles", afirma Sands.Colaborações originais neste meio: "A parceria com o setor privado não é forçosamente natural para os atores do setor da saúde. Há muitas desconfiança e incompreensão" entre as duas partes, reconhece Peter Sands, ele mesmo ex-CEO do banco britânico Standard Chartered.amd/plh/mr

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