novo coronavírus

Fiocruz pedirá liberação de vacina

Solicitação para uso emergencial do imunizante de Oxford deve ser feita à Anvisa até amanhã

Estadão Conteudo
Estadão Conteúdo
07/01/2021 às 11:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 13:44
Laboratório da Fiocruz, no Brasil, onde se pretende produzir 30 milhões de doses do imunizante por mês (Bernardo Portella/Biomanguinhos)

Laboratório da Fiocruz, no Brasil, onde se pretende produzir 30 milhões de doses do imunizante por mês (Bernardo Portella/Biomanguinhos)

O governador do Piauí e coordenador do tema da vacina no Fórum dos Governadores, Wellington Dias (PT), afirmou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fará o pedido de uso emergencial da vacina de Oxford contra a Covid-19 à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até aamanhã. O imunizante é desenvolvido pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

Como o prazo da Anvisa para avaliar uso emergencial de vacinas é de até 10 dias, a expectativa é que a autorização para esse tipo de aplicação pela Fiocruz saia até 18 de janeiro. Entre três possibilidades de datas do Ministério da Saúde para iniciar a imunização nacional contra o novo coronavírus, a mais otimista veria a partida dada em 20 de janeiro.

Em reunião de Dias, que também ocupa a presidência do Consórcio do Nordeste, com representantes da Fiocruz e da AstraZeneca ontem, o piauiense ouviu a confirmação de que a biofarmacêutica entregará, ainda em janeiro, 2 milhões de doses prontas da vacina fabricadas na Índia. Além delas, o petista relatou que o laboratório brasileiro receberá, já a partir de janeiro, o princípio ativo do imunizante para produzi-lo em sua fábrica no Rio de Janeiro (RJ).

"A Fiocruz vai receber, a partir de janeiro, 15 milhões de doses, mas tem todo o procedimento técnico que só começa a ter vacina produzida no Brasil a partir de abril", apontou Wellington Dias em vídeo gravado por sua assessoria.

"Acertamos que tenhamos algo como 50 milhões de doses para o Ministério da Saúde, para o Plano Nacional de Imunização, até o mês de abril", acrescentou.

O chefe do Executivo do Piauí disse, ainda, ter transmitido à AstraZeneca um apelo dos governadores para que a biofarmacêutica amplie a transferência do princípio ativo da vacina para permitir à Fiocruz chegar à sua capacidade plena de produção, de 30 milhões de doses do imunizante por mês.

"Isso permitirá que o Brasil tenha um processo de imunização mais célere, inclusive com a possibilidade de atender ao Brasil e também a outros países que precisam desta vacina", concluiu o governador Wellington Dias.

OMS só deve autorizar em 1 ou 2 meses

A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve autorizar, entre fevereiro e março, o uso emergencial da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, a principal aposta do Ministério da Saúde para imunizar a população brasileira. A informação foi dada diretora de acesso a medicamentos do órgão multilateral, Mariângela Simão.

No mesmo período, disse Mariângela, deve haver autorização da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela chinesa Sinopharm de Beijing. Até o momento, a OMS autorizou apenas o imunizante da Pfizer, em caráter emergencial.

A aprovação possibilita que a Organização pan-americana de Saúde (Opas) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) adquiram doses e distribuam a países. 

Em relação à Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, Mariângela limitou-se a dizer que a OMS aguarda os dados para emitir opiniões. "A Sinovac ainda não apresentou o dossiê completo". A diretora ainda se manifestou de modo contrário à possibilidade de instituições privadas se adiantarem ao poder público no oferecimento de imunizantes. "A vacinação é um bem público, não deveria ter discriminação entre quem paga ou não", afirmou.

Origem do coronavírus

Mariângela Simão chamou de "paranoia" a teoria de que o novo coronavírus foi criado em laboratório. "A principal hipótese continua sendo a origem animal", lembrou. Integrantes da OMS estão na China para estudar as origens do microrganismo, mas enfrentam resistências do governo local, fato criticado publicamente pela organização multilateral.

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