A greve dos caminhoneiros, que chegou ao terceiro dia nesta quarta-feira, 23, já afeta os postos de combustível do estado de São Paulo. Em Campinas, os motoristas tiveram que enfrentar longas filas para abastecer seus veículos. Em Sousas, distrito da cidade, os postos estiveram lotados desde o começo da noite. Em São Paulo, o posto do supermercado Carrefour do bairro do Limão, na zona norte, encerrou as atividades por volta das 17h, já que desde as 15h30 não havia mais combustível em suas bombas. Segundo um funcionário do estabelecimento, normalmente há dois abastecimentos por dia, um pela manhã, outro no final da tarde, mas o posto não recebe as encomendas desde a manhã da terça-feira, 22. Na mesma rua, um posto de bandeira Ipiranga também encontra dificuldades para continuar operando. Um frentista explica que recebeu combustível pela última vez às 16h da última terça-feira, mas o carregamento que era esperado para o dia não chegou. Segundo o funcionário, não há previsão para entregas e o combustível que há nas bombas deve ser suficiente para seguir com as vendas até o meio da tarde desta quinta-feira, 24. O posto Shell Papa Rede, também na zona norte, vende em média 135 mil litros de combustível por dia, trazidos por três entregas diárias de caminhões, duas pela manhã e uma pela noite. Entretanto, o último carregamento que chegou foi o da noite desta terça-feira. Também não há previsão de entrega do combustível. Com o posto vizinho já fechado, o movimento nas bombas aumentava Um funcionário do estabelecimento acredita que o combustível das bombas será suficiente até a noite desta quarta-feira, 23. Segundo os funcionários, não houve aumento no preço devido a escassez do produto nas bombas de combustível. A Plural, associação de distribuidoras de combustível que representa a Shell e a Ipiranga, afirmou que "está atenta às manifestações e apoia as autoridades para mitigar eventuais transtornos à sociedade. A Associação acionou um Comitê de Gerenciamento de Crises para coordenar as ações em torno desta situação e informar ao mercado e ao governo sobre a evolução do cenário. A Plural também solicitou desde o dia 21 apoio à Casa Civil da Presidência da República, à ANTT e aos ministérios dos Transportes e da Segurança Pública para que seja assegurada a livre circulação dos caminhões de distribuição de combustíveis e lubrificantes. A polícia rodoviária federal também foi acionada e estamos confiantes na rápida solução para a situação". Já o Carrefour informou que "alguns de seus postos de combustíveis encontram-se temporariamente fechados por falta de reabastecimento de fornecedores que estão sendo impactados com a greve do transporte". Também reforçou que acompanha "atentamente os movimentos dos caminhoneiros e a negociação com o governo, além de estudar medidas alternativas em conjunto com seus fornecedores". Abear avisa que greve vai afetar voos por falta de combustívelEm comunicado, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) demonstra preocupação com os impactos da greve dos caminhoneiros para a aviação comercial. "Haverá impactos para as operações aéreas nas próximas horas em decorrência da falta de abastecimento de combustível em alguns aeroportos brasileiros. Ainda não é possível contabilizar o número de voos ou rotas impactadas", diz a associação.O alerta da Abear serve também para antecipar aos passageiros possíveis atrasos e cancelamentos. Para embarques a partir da noite de hoje, a entidade recomenda a consulta do status de voo junto às empresas antes mesmo do deslocamento ao aeroporto.