RETOMADA

Exército avança para sítio arqueológico

Palmira é uma joia arqueológica no deserto sírio, mas seus arredores constituem uma encruzilhada onde são extraídos petróleo e gás natural

France Press
22/06/2015 às 14:32.
Atualizado em 23/04/2022 às 09:54

O exército sírio controlava nesta segunda-feira uma rota de abastecimento de petróleo perto de Palmira, antiga cidade tomada pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que semeou com explosivos seus tesouros arqueológicos. Apesar do envio de reforços militares e do intenso bombardeio aéreo de Palmira, no centro do país, nada permite pressagiar um ataque para retomar esta cidade histórica, e o regime se concentra nas linhas de abastecimento de energia na zona.Palmira é uma joia arqueológica no deserto sírio, mas seus arredores constituem uma encruzilhada onde são extraídos petróleo e gás natural que são enviados às cidades sob controle do governo, em guerra contra os rebeldes há quatro anos.Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), o regime "expulsou durante o fim de semana os jihadistas de Al-Biyarat al-Gharbiya", a 10 km de Palmira."A tomada desta região permite assegurar uma rota de transporte de petróleo desde o campo de Jazal, vinte quilômetros a noroeste de Palmira", explicou Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH.O exército sírio recuperou na semana passada este campo das mãos do EI, uma organização ultrarradical sunita que controla vastas partes de território na Síria e no vizinho Iraque.Prioridade aos campos petrolíferos "O regime pode agora transportar petróleo de Jazal, via Al-Biyarat, a outras cidades sob seu controle", segundo o OSDH.Sua prioridade continua sendo os campos petrolíferos e gasíferos ao redor de Palmira, que "alimentam de eletricidade Damasco, Banias sobre a costa e Homs" e é pouco provável que "no momento ataque Palmira, onde não conta com apoio popular", acrescentou.O jornal sírio Al-Watan, próximo ao regime, confirmou "um progresso de maneira significativa da infantaria síria na zona de Al-Biyarat al-Gharbiya". Também informou sobre novos e intensos ataques da aviação síria contra Palmira.Jazal é um dos dois últimos campos petrolíferos nas mãos do regime, além do gasífero de Shaer (centro). Produz 2.500 barris diários, segundo o semanário econômico on-line Syria Report.A produção de gás passou de 8,7 bilhões de m3, antes do início do conflito em 2011, a 3,6 bilhões atualmente, segundo o ministério do Petróleo. A produção oficial caiu a 9.329 barris de petróleo diários em 2014 contra 380.000 antes da guerra.No domingo, o EI semeou de minas as famosas ruínas de Palmira, o que aumenta os temores de um desastre neste sítio declarado Patrimônio Mundial da Humanidade, segundo o OSDH e as Antiguidades sírias, que citam habitantes da cidade.Mas não está claro se a intenção dos jihadistas, que já destruíram tesouros arqueológicos no Iraque, é ameaçar o sítio para impedir o avanço militar sobre a cidade.Novo avanço curdoEm Palmira, "a situação é muito difícil para os civis devido aos ataques e à falta de eletricidade e água", disse Mohamad Hassan al-Homsi, um militante da cidade.Mais ao norte, na província de Raqa, o grupo jihadista continuava nesta segunda-feira retrocedendo ante as forças curdas, uma semana depois de perder Tall Abyad, cidade fronteiriça com a Turquia e ponto vital para o trânsito de seus combatentes, segundo o OSDH.Apoiados pelos ataques aéreos da coalizão liderada pelos Estados Unidos, as Unidades do Povo curdo (YPG) tomaram de assalto uma importante base militar, a Brigada 93, ao sul de Tall Abyad.

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