MALI

Exército afirma ter matado líder "jihadista"

A informação sobre a morte de Abu Zeid não foi confirmada por Paris ou Bamako

France Press
02/03/2013 às 19:28.
Atualizado em 26/04/2022 às 02:27

O Exército do Chad matou neste sábado o líder 'jihadista' Mokhtar Belmokhtar em uma operação militar contra o maciço de Ifoghas, no norte do Mali, informou o Estado-Maior chadiano.

"As forças chadianas no Mali destruíram totalmente a principal base dos 'jihadistas' no maciço de Ifoghas, mais precisamente no Vale do Ametetai", às 12H00, revela o comunicado, precisando que "vários terroristas", entre eles Mokhtar Belmokhtar, "morreram na ação".

O anúncio ocorre um dia após o presidente do Chad, Idriss Déby, comunicar a morte de um dos principais chefes da Al-Qaeda do Magreb Islâmico, Abdelhamid Abu Zeid, igualmente liquidado pelas forças chadianas.

A informação sobre a morte de Abu Zeid não foi confirmada por Paris ou Bamako.

O Exército do Chad, que enviou mais de 2 mil homens ao Mali, esta na linha de frente das operações no maciço de Ifoghas, ao lado das tropas francesas que perseguem os grupos 'jihadistas' que ocupavam o norte malinês.

Mokhtar Belmokhtar era um chefe da Al-Qaeda do Magreb Islâmico (Aqmi) que abandonou a organização em outubro passado para formar sua própria unidade de combate.

O líder 'jihadista' reivindicou o ataque contra a usina de gás argelina de 'In Amenas', no qual morreram 37 reféns estrangeiros e 29 membros do comando terrorista.

Mokhtar Belmokhtar ameaçava realizar novos ataques contra a presença de tropas francesas no Mali e segundo o Wall Street Journal, desde fevereiro passado integrava uma lista de alvos prioritários dos serviços de inteligência.

Chamado de "Senhor Malboro" por seu envolvimento no contrabando de cigarros, o argelino Mokhtar Belmokhtar combateu em 1991 no Afeganistão, onde perdeu uma vista, o que lhe valeu o apelido de "Caolho".

Ao retornar à Argélia, em 1993, se uniu ao Grupo Armado Islâmico (GIA), a mais sanguinária das formações armadas argelinas, e criou uma unidade de combate baseada no Saara.

Em 1998, entrou para o Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), uma dissidência do GIA, e assumiu o controle das rotas clandestinas do sul do Saara, liderando atos terroristas, assaltos e contrabando.

A partir de 2003, Mokhtar Belmokhtar estabeleceu amplos contatos no deserto malinês, se casando com mulheres de várias tribos tuaregue do norte do Mali, que transformou em seu santuário.

No início da rebelião tuaregue no norte do Mali, em março de 2012, Mokhtar Belmokhtar passou três semanas na Líbia para obter armas.

Segundo Jean-Charles Brisard, especialista em terrorismo, Mokhtar Belmokhtar foi o responsável pelo sequestro de vários turistas ocidentais na região do Magreb a partir de 2008.

Condenado à morte em duas ocasiões pela Justiça argelina, Mokhtar Belmokhtar foi responsabilizado pelo assassinato de quatro franceses na Mauritânia em dezembro de 2007, e pelo sequestro de dois canadenses em 2008 e de três espanhóis e dois italianos em 2009.

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