Cahuzac, que havia alegado inocência, disse que foi vítima de "uma espiral de mentiras"
O ex-ministro francês do Orçamento Jérome Cahuzac foi indiciado por lavagem de dinheiro procedente de fraude fiscal, depois de ter reconhecido ante os juízes que teve uma conta bancária no exterior (France Presse)
O ex-ministro francês do Orçamento Jérome Cahuzac foi indiciado por lavagem de dinheiro procedente de fraude fiscal, depois de ter reconhecido ante os juízes que teve uma conta bancária no exterior.
"Esta conta não foi alimentada desde 2001 e o essencial de seus recursos era procedente de sua atividade de cirurgião e, de modo secundário, por sua atividade de consultor", declarou o advogado Jean Veil.
O presidente François Hollande falou de "imperdoável falha moral" ao referir-se a Cahuzac.
"Ao negar a existência da conta ante as mais altas autoridades do país, ele demonstrou uma falha moral imperdoável", afirmou a presidência, em um comunicado.
Jérôme Cahuzac pediu demissão do ministério em 19 de março, depois que o Ministério Público anunciou o início de um procedimento judicial sobre o caso, ainda mais explosivo porque o ex-ministro havia transformado a luta contra a fraude fiscal em uma de suas prioridades.
Cahuzac se declarou "devastado pelo remorso" e pediu perdão ao presidente François Hollande em um comunicado.
Cahuzac, que havia alegado inocência e negado as informações sobre a conta não declarada ao fisco, publicadas pelo site Mediapart, afirmou que foi vítima de "uma espiral de mentiras".
"Pensar que poderia evitar enfrentar um passado que queria considerar superado foi uma falha inclassificável", declarou.
As acusações afetaram a imagem do governo francês, que o presidente Hollande reivindicava como "exemplar".