O ex-diretor-geral e vice-presidente de um banco suíço se declarou culpado nesta quarta-feira, em Miami, por seu papel em um esquema multimilionário de lavagem de dinheiro desviado da estatal petroleira venezuelana PDVSA, informou a Justiça americana
O ex-diretor-geral e vice-presidente de um banco suíço se declarou culpado nesta quarta-feira, em Miami, por seu papel em um esquema multimilionário de lavagem de dinheiro desviado da estatal petroleira venezuelana PDVSA, informou a Justiça americana.Matthias Krull, um alemão de 44 anos, residente no Panamá, admitiu que quando dirigiu o banco suíço atraiu clientes venezuelanos, entre eles um grupo de "boliburgueses" (burgueses criados no chavismo) acusados de lavar 1,2 bilhão de dólares da PDVSA em bens imobiliários na Flórida, informou a promotoria em um comunicado.Após alcançar um acordo com a promotoria, ele será sentenciado em 29 de outubro pela juíza federal Cecilia Altonaga em um tribunal de Miami, Flórida.Entre os clientes de Krull no banco suíço - identificado pela revista financeira Bloomberg como Julius Baer Group - está o venezuelano Francisco Convit, acionista da Derwick Associates que foi acusado de lavagem de dinheiro em 16 de agosto.A conspiração começou em dezembro de 2014 com um esquema de câmbio de moedas, projetado para desviar cerca de 600 milhões de dólares da PDVSA, a petroleira estatal da Venezuela e principal fonte de renda deste país mergulhado em uma profunda crise econômica."Em maio de 2015, a conspiração tinha dobrado para 1,2 bilhão de dólares desviados da PDVSA", destacou o comunicado.Krull se uniu à operação de lavagem de dinheiro em 2016. "Entre seus coconspiradores estavam funcionários da PDVSA, lavadores de dinheiro profissionais e membros da elite venezuelana, às vezes conhecidos como 'boliburgueses'", detalhou o texto.Os demais acusados venezuelanos são Carmelo Urdaneta, ex-asessor jurídico do Ministério de Petróleo e Mineração; Abraham Ortega, ex-executivo da PDVSA; José Vicente "Chente" Amparan, empresário qualificado como "lavador de dinheiro profissional" com vínculos em Espanha e Malta, e Mario Bonilla Vallera.Na acusação de 16 de agosto também são apontados como parte do esquema o português Hugo Ramalho, o uruguaio Marcelo Gutiérrez Acosta y Lara e o colombiano Gustavo Hernández Frieri.lm/rsr/mvv