ESTUPRO

Ex-campeão de caratê pega 302 anos de prisão

Fernando Torres Banea estuprou, por quase 20 anos, dezenas de alunos, incluindo menores de idade

France Press
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15/03/2013 às 16:37.
Atualizado em 26/04/2022 às 00:31

Tribunal condenou o ex-campeão a 302 anos pela gravidade dos fatos (France Press)

O ex-campeão de caratê espanhol, Fernando Torres Banea, foi condenado a 302 anos de prisão por ter se comportado como um "predador sexual" e ter estuprado dezenas de alunos em sua escola de artes marciais, incluindo menores de idade, por quase 20 anos.

O tribunal de Las Palmas, nas Ilhas Canárias, considerou o carateca culpado de "mega-abusos, crime de abusos sexuais contínuos sem precedentes" na Espanha, numa decisão lida publicamente nesta sexta-feira (15).

O tribunal também condenou sua esposa, Maria José Gonzalez, a 148 anos de prisão, e um professor de caratê, Ivonne Gonzalez, a 126 anos de prisão.

"Não devemos nos esquecer de que este é um caso sem precedentes na história judicial do país", ressaltou o tribunal.

O professor de caratê, hoje com 56 anos de idade, foi preso em 3 de fevereiro de 2010 após a denúncia de uma aluna.

Este caso provocou comoção na Espanha, principalmente quando a vítima contou em setembro de 2012 ter sofrido abusos sexuais por parte de Fernando Torres Banea aos 9 anos, na época em que sua mãe sofria de uma doença grave em fase terminal.

Os psicólogos que analisaram o acusado, descartaram que se trate de um "doente mental", mas descreveram um homem manipulador, "narcisista patológico, com um senso desproporcional sobre si mesmo que o faz se sentir único". Um homem sem empatia, "exceto na medida em que pode satisfazer sua necessidade de ser admirado".

O ex-campeão de caratê organizou "por pelo menos 15 anos, verdadeiras orgias sexuais, onde os jovens não só se prestavam a qualquer tipo de atividade sexual com ele, como também eram forçados a fazê-lo com outros alunos, inclusive menores de idade, independentemente da idade, sexo ou do número de participantes", detalhou o juiz.

O tribunal condenou o ex-campeão a 302 anos de prisão pela gravidade dos fatos, embora a sentença real na Espanha seja de no máximo 20 anos por crimes de pedofilia. "A pena máxima é ineficaz" para os crimes em questão, considerou o juiz em sua decisão.

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