união europeia

Europa reabre mas Brasil fica de fora

Trinta países europeus concordaram ontem em reabrir suas fronteiras para residentes da China, Canadá, Uruguai e de outras 12 nações

France Press
01/07/2020 às 09:48.
Atualizado em 28/03/2022 às 23:32
Aeroporto de Orly, na França, uma das portas de entrada da Europa, que reabre suas fronteiras ao mundo (Stephane de Sakutin/AFP)

Aeroporto de Orly, na França, uma das portas de entrada da Europa, que reabre suas fronteiras ao mundo (Stephane de Sakutin/AFP)

Trinta países europeus concordaram ontem em reabrir suas fronteiras para residentes da China, Canadá, Uruguai e de outras 12 nações, sob pressão para salvar uma lucrativa temporada turística sob risco por conta da pandemia de coronavírus. Países como Brasil e Estados Unidos, em escala ascendente de infecções, estão fora da lista. "O Conselho da União Europeia (UE) adotou hoje (ontem) uma recomendação sobre o levantamento de restrições temporárias a viagens não essenciais" a partir de 1º de julho, anunciou a instituição em um comunicado.  A decisão será aplicada a China, Japão, Tailândia, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália, Argélia, Marrocos, Tunísia, Ruanda, Geórgia, Montenegro, Sérvia e Canadá, além do Uruguai, o único país latino-americano da lista.  Os europeus disseram que a reabertura será aplicada a turistas da China "sujeitos à confirmação de reciprocidade". As autoridades chinesas autorizam a entrada de residentes apenas em um número limitado de países europeus.  O Uruguai avaliará ter uma política de reciprocidade na abertura de fronteiras com a UE, segundo seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Talvi. A lista, feita especialmente com base em critérios epidemiológicos, que serão atualizados a cada duas semanas, deixa de fora os cidadãos dos Estados Unidos e da Rússia que - junto com a China - são os principais grupos de turistas da UE, bem como Brasil cuja pandemia está fora de controle.  Restrições não se aplicam aos cidadãos do Reino Unido, um país que deixou a UE em 31 de janeiro, nem, de acordo com a recomendação adotada nesta terça-feira, aos dos pequenos Estados europeus de Mônaco, Andorra, Vaticano e São Marinho. Negação da realidade Ontem, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, denunciou a intimidação das autoridades em muitos países, como China e Rússia, no contexto da pandemia, assim como a negação da realidade da crise em outros, como Brasil, Estados Unidos e Nicarágua. Em países como Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e Estados Unidos, "temo que as declarações que negam a realidade do contágio do vírus (...) intensifiquem a severidade da pandemia".  Bachelet também criticou países como El Salvador "pela aplicação de medidas arbitrárias e excessivas" contra o coronavírus. À medida que o mundo recupera a normalidade, os dados econômicos do terceiro trimestre estão chegando e mostram os estragos causados pelo vírus. Segundo um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as horas de trabalho no primeiro semestre do ano caíram 14% em relação a dezembro, o que equivale a 400 milhões de empregos em período integral. América Latina terá 400 mil mortes pela Covid, diz OPAS A América Latina e o Caribe registrarão mais de 400.000 mortes por Covid-19 até 1º de outubro "se as condições atuais persistirem", alertou ontem a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Carrissa Etienne, que também relatou uma queda na transmissão em algumas ilhas do Caribe. "Espera-se que a América Latina e o Caribe tenham mais de 438.000 mortes por Covid-19" nos próximos três meses, disse. Segundo o modelo do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde da Universidade de Washington (IHME), o centro americano que assessora a Opas, em todo o continente americano, as mortes serão quase triplicadas até 1º de outubro, excedendo 627 mil mortes. Essa projeção inclui os Estados Unidos, o país mais afetado do mundo, e no qual o IHME prevê mais de 175.000 mortes nos próximos 3 meses. Etienne ainda afirmou que o pico de contágio na América Latina ocorrerá em momentos diferentes. Chile e Colômbia atingiram o pico nos próximos dias, enquanto a Argentina, a Bolívia, o Brasil e o Peru, o pico ocorrerá em agosto. Na América Central e no México, será em meados de agosto, embora na Costa Rica a expectativa é que seja atingida apenas em outubro. "É importante enfatizar que essas projeções serão concretizadas apenas se as condições atuais persistirem. Isso significa que os países podem mudar essas previsões se tomarem as decisões corretas e implementarem medidas estritas e comprovadas de saúde pública", ressaltou.

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