INTERNACIONAL

EUA e Rússia discutem progresso na relação bilateral

Rússia e Estados Unidos manifestaram nesta terça-feira sua esperança de melhorar as relações bilaterais, após um encontro entre o presidente Vladimir Putin e o secretário americano de Estado, Mike Pompeo

AFP
14/05/2019 às 22:30.
Atualizado em 03/04/2022 às 22:00

Rússia e Estados Unidos manifestaram nesta terça-feira sua esperança de melhorar as relações bilaterais, após um encontro entre o presidente Vladimir Putin e o secretário americano de Estado, Mike Pompeo.Na 'dacha' de Putin na cidade de Sochi, no Mar Negro, Pompeo se tornou o mais alto funcionário dos EUA a se reunir com o líder russo nos últimos dez meses."Quero muito que sua visita beneficie as relações entre Rússia e Estados Unidos e promova o desenvolvimento", disse Putin a Pompeo ao chegar à sala de conferências. Putin elogiou a investigação do procurador-especial americano Robert Mueller, apesar de sua conclusão de que a Rússia interferiu nas eleições de 2016 a favor do candidato Donald Trump, especialmente mediante manipulação das redes sociais. A investigação concluiu que não houve conluio entre o pessoal da campanha de Trump e os russos."Apesar da natureza exótica da comissão dos senhor Mueller, em geral se realizou uma investigação bastante objetiva, que confirmou que não houve conluio entre a administração dos Estados Unidos e a Rússia", disse Putin.Em conversa com o chanceler russo, Serguéi Lavrov, antes do encontro com Putin, o secretário de Estado advertiu a Rússia para permanecer à margem das eleições do próximo ano nos EUA."A interferência nas eleições americanas é inaceitável. Se a Rússia fizer isto em 2020, colocará nossas relações no pior lugar" possível, declarou Pompeo. "Disse que há coisas que a Rússia pode fazer para demonstrar que este tipo de atividade é coisa do passado, e espero que aproveitem esta oportunidade"."Acho que é hora de começar a construir um modelo novo, mais responsável e construtivo", disse Lavrov, por sua vez, pedindo "propostas concretas para tirar as relações russo-americanas de um triste estado".A Casa Branca espera que o fim da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre uma suposta interferência russa a favor de Trump nas eleições americana permita superar o atual estado glacial das relações entre os países.Há quase dois meses, o procurador apresentou o relatório que afirma que em 2016 aconteceu uma interferência russa na eleição presidencial americana, mas não um conluio entre a equipe do então candidato Trump e Moscou. - Apoio a Maduro -Pompeo e Lavrov trataram da questão da Venezuela, e o primeiro pediu para Moscou retirar seu plano de apoio a Caracas, o que foi recusado. "Chegou a hora de Nicolás Maduro partir, ele não trouxe mais do que miséria ao povo venezuelano, e esperamos que o apoio russo a Maduro termine", disse Pompeo. Em resposta, Lavrov denunciou as "ameaças" dos EUA contra o regime venezuelano. Nas últimas semanas, a Rússia e os Estados Unidos acusaram um ao outro de interferência na Venezuela, devastada pela crise. Moscou é um aliado essencial de Maduro, enquanto Washington apoia o líder da oposição, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino venezuelano.A Rússia criticou o apoio "irresponsável" dos EUA ao fracassado golpe de Estado contra Maduro, e Pompeo afirmou que o presidente venezuelano estava disposto a deixar o país, mas que seu apoio à Rússia o havia desencorajado.- Irã, Síria e Coreia do Norte -Pompeo declarou que Washington não contempla uma guerra com o Irã, apesar da tensão militar no Golfo e o envio de um porta-aviões e de bombardeiros à região. "Em essência, não buscamos uma guerra com o Irã, disse Pompeo ao lado de Lavrov."Espero que o bom senso impere", declarou Lavrov. "A região já vive um excesso de tensão pelos diferentes conflitos (...) Vamos nos assegurar de que a situação não se degenere para um cenário militar". Após seu encontro com Putin, o secretário de Estado declarou que Washington e Moscou concordam em desbloquear a busca de uma solução para a Síria."Há um processo político associado à resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU que ficou paralisado e acho que agora podemos começar a trabalhar juntos para desbloquear isso", disse Pompeo à imprensa no aeroporto antes de deixar Sochi.Segundo Pompeo, EUA e Rússia "compartilham o mesmo objetivo" em relação a questão nuclear norte-coreana, e esperam poder encontrar os meios "para trabalhar juntos".O presidente Putin "entende que os Estados Unidos terão um papel líder" neste processo, disse o secretário de Estado.Moscou defende o diálogo com a Coreia do Norte seguindo o roteiro definido por China e Rússia, que pede a suspensão das sanções internacionais.Já Washington acusa Moscou de ajudar Pyongyang de driblar as sanções internacionais. bur-gmo/rco/pc/mb/cn

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