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EUA e Egito atacam premier turco por acusar Israel

Recep Tayyip Erdogan acusou Israel de estar por trás do golpe militar que derrubou Mursi

France Press
correiopontocom@rac.com.br
20/08/2013 às 19:31.
Atualizado em 25/04/2022 às 04:46

Durante a presidência de Mursi, Erdogan havia reforçado fortemente os laços entre Turquia e Egito (France Presse)

A Casa Branca condenou nesta terça-feira (19) as denúncias do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, segundo o qual Israel teria desempenhado um importante papel no afastamento do presidente egípcio Mohamed Mursi do poder. O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnst, disse que os comentários de Erdogan foram "ofensivos, sem substância e equivocados". Algumas horas antes, Erdogan havia acusado Israel de estar por trás do golpe militar que derrubou Mursi em julho. "O que dizem sobre o Egito? Que a democracia não repousa nas urnas. Quem está por trás disso? Israel está", disse Erdogan, um forte crítico do Estado de Israel, em uma reunião de seu partido islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP), em Ancara. "Temos a prova", afirmou, alegando que citava comentários de um ministro israelense de Justiça em um fórum de 2011 na França. No evento, o ministro teria dito que a Irmandade Muçulmana, de Mursi, não estava em condições de exercer o poder, mesmo ganhando as eleições em 2012, porque a democracia não está nas urnas. Os comentários de Erdogan logo foram rejeitados pelo Egito, porque "não se sustentam em fatos". O governo egípcio afirmou ainda que as declarações do premier foram "sem fundamento, e nenhuma pessoa de bom senso pode acreditar nisso". "A paciência do Egito está chegando ao seu limite", frisou o governo. A Turquia condenou duramente a destituição do presidente Mursi e adotou um tom mais duro para reagir à repressão das forças de segurança do Egito contra os acampamentos dos partidários do presidente deposto. O governo turco convocou seu embaixador no Cairo, o que foi respondido da mesma forma pelo Egito, que chamou seu embaixador em Ancara para consultas - em um claro sinal da degradação das relações bilaterais, tradicionalmente boas. Durante a presidência de Mursi, Erdogan havia reforçado fortemente os laços entre os dois países, e Ancara chegou a fazer do Cairo um de seus principais parceiros em sua estratégia de ampliar a influência regional da Turquia.

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