Outras 222 pessoas ficaram feridas nesta sexta (26), em pleno Ramadã: é o primeiro ataque contra um local de oração frequentado por xiitas neste rico emirado petrolífero de maioria sunita
O grupo ultrarradical reivindicou o ataque, realizado durante a grande oração de sexta-feira na mesquita Al Imam al Sadeq, na Cidade do Kuwait, na segunda sexta-feira do mês de jejum sagrado do Ramadã (France Press)
O grupo jihadista sunita Estado Islâmico (EI) reivindicou um atentado suicida que deixou 27 mortos e 222 feridos nesta sexta-feira em uma mesquita xiita do Kuwait, em pleno mês de jejum do Ramadã.Trata-se do primeiro ataque contra um local de oração frequentado por xiitas neste rico emirado petrolífero de maioria sunita.O grupo ultrarradical reivindicou o ataque, realizado durante a grande oração de sexta-feira na mesquita Al Imam al Sadeq, na Cidade do Kuwait, na segunda sexta-feira do mês de jejum sagrado do Ramadã.O ataque do Kuwait ocorre no mesmo dia em que a Tunísia também foi alvo de um atentado particularmente letal, que deixou 37 vítimas em um hotel cheio de turistas ocidentais, enquanto na França um homem foi decapitado.O ministério da Saúde do Kuwait atualizou o balanço de vítimas, evocando 27 mortos e 222 feridos no ataque.Em um comunicado, a "Província de Najd", que se manifestou recentemente como a facção saudita do EI, afirma que um homem-bomba, Abu Suleiman al Muwahhid, realizou o atentado contra uma mesquita "que promovia o ensinamento xiita entre a população sunita".De acordo com uma testemunha entrevistada pela AFP, "dezenas de pessoas foram mortas ou feridas", o que leva a crer em um número mais elevado de vítimas, enquanto fotos terríveis circulavam nas redes sociais mostrando corpos ensanguentados em meio aos destroços da mesquita.Um fotógrafo da AFP indicou que a zona do ataque foi isolada pela polícia.Na semana passada, o porta-voz oficial do EI convocou os muçulmanos em todo o mundo a se envolver na guerra santa durante o Ramadã, que começou em 17 de junho, para fazer "um mês de miséria para os descrentes".Esta é a primeira vez que o Kuwait é atingido pelo grupo jihadista.Esta mesma "Província de Najd" reivindicou em maio dois atentados contra xiitas na Arábia Saudita.O EI também assumiu a responsabilidade por cinco ataques quase simultâneos contra mesquitas na capital do Iêmen, Sanaa.O emir do Kuwait, xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, se dirigiu rapidamente ao local do ataque, visivelmente emocionado.O governo se reuniu em caráter de emergência, enquanto o ministro do Interior elevou o nível de alerta, em vigor há três semanas desde os ataques anti-xiitas na Arábia Saudita.No final de maio, o emir do Kuwait instou os países muçulmanos a intensificar a luta contra o extremismo, durante uma conferência dedicada à coordenação dos esforços contra os grupos jihadistas.No emirado, as condenações foram unânimes. O principal grupo que representa o islã sunita, o Movimento Constitucional Islâmico, protestou contra "um ataque criminoso contra uma mesquita".O principal líder religioso sunita do país, xeque Ajeel al-Nashmi, declarou que o ataque foi um ato criminoso destinado a semear as sementes da discórdia".